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Grandes bancos europeus interrompem oferta de títulos para petróleo e gás

Crédit Agricole e BNP Paribas mudam de política enquanto atenção para transição energética aumenta

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Kenza Bryan
Financial Times

Dois dos principais bancos da Europa interromperam a oferta de títulos para o setor de petróleo e gás, encerrando um tipo de financiamento do qual as grandes empresas de combustíveis fósseis têm se tornado cada vez mais dependentes.

O BNP Paribas e Crédit Agricole, o segundo e terceiro maiores bancos da Europa em ativos, informaram aos acionistas que não vão mais emitir títulos para o setor, a menos que incluam exigências ambientais, esclarecendo suas políticas existentes.

O HSBC, maior banco europeu, também concordou neste ano em começar a divulgar a pegada de carbono ligada a esses títulos, mas ainda não aplicou restrições ambientais para novos financiamentos.

Logo do banco francês Credit Agricole - Loic Venance - 03.mai.2024/AFP

A pressão sobre os bancos para tornar suas carteiras de empréstimos mais sensíveis à crise climática é particularmente alta na França.

Executivos de alto escalão, incluindo os CEOs da BNP e do Crédit Agricole, têm comparecido a audiências realizadas pelo Senado da França sobre as atividades do grupo de petróleo e gás TotalEnergies, incluindo seu impacto climático.

Os bancos globais no geral reduziram o financiamento para projetos de petróleo, gás e carvão desde que se comprometeram na COP26 em Glasgow, em 2021, a limitar os empréstimos para a expansão de combustíveis fósseis.

Mas eles têm sido lentos em estender suas políticas para outras atividades principais, como empréstimos de uso geral para empresas de petróleo e gás, ou a subscrição e facilitação de acordos de títulos

Em janeiro, o Crédit Agricole participou de um acordo de títulos de 1 bilhão de euros para a empresa italiana de petróleo e gás Eni.

"Esse tipo de acordo de títulos não poderá acontecer no futuro como consequência de nossa estratégia", disse o banco ao Financial Times na quinta-feira (24).

Os dois bancos franceses estão entre os credores que emitiram mais de US$ 270 bilhões em títulos corporativos para empresas de combustíveis fósseis no ano passado, quase US$ 30 bilhões a mais do que no ano anterior, de acordo com análise da Rainforest Action Network.

O financiamento para essas empresas caiu no geral no mesmo período. As decisões sobre os acordos de títulos trazem uma promessa de "mudança real", disse Lucie Pinson, diretora do grupo Reclaim Finance.

As políticas de ambos os bancos deixam aberta a possibilidade de títulos que levantam dinheiro para projetos verdes, bem como acordos com emissores que fazem parte da cadeia de suprimentos de combustíveis fósseis sem produzir petróleo e gás por si mesmos.

As medidas ocorrem enquanto bancos no mundo inteiro começaram a divulgar informações pela primeira vez sobre a pegada de carbono de seus acordos em mercado de capitais. Essa era uma área que os investidores costumavam classificar como ponto cego climático.

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