BCE mantém juros em 3,75% e evita divulgar se retomará corte na taxa
Entidade diz que inflação ainda está alta e vê cenário desfavorável para novo corte no momento
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O BCE (Banco Central Europeu) manteve as taxas de juros conforme esperado nesta quinta-feira (18) e não deu nenhuma indicação sobre seu próximo passo, argumentando que as pressões internas dos preços continuam altas e que a inflação ficará acima de sua meta até o próximo ano.
No mês passado, o BCE reduziu as taxas de juros para 3,75% no primeiro corte desde 2019. O movimento foi considerado precipitado por algumas de suas autoridades, depois que a inflação estagnou.
Com o aumento de preços ainda alto e o crescimento dos salários persistente, é provável que o banco seja mais cauteloso com relação a um novo movimento.
O BCE apresentou uma mensagem equilibrada após a reunião desta quinta-feira, argumentando que os lucros das empresas estavam absorvendo algumas pressões dos preços, mas que os riscos permaneciam e que são necessárias mais evidências antes que as autoridades possam agir uma segunda vez.
"As informações recebidas sustentam, de modo geral, a avaliação anterior do Conselho do BCE sobre as perspectivas de inflação de médio prazo", disse o BCE.
"As pressões internas dos preços ainda estão altas, a inflação de serviços está elevada e é provável que a inflação geral permaneça acima da meta até o próximo ano", afirmou o BCE em um comunicado.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, já havia adiantado esse resultado nas últimas semanas, de modo que o foco já mudou para a reunião de setembro.
Por enquanto, a entidade apenas repetiu que não se comprometerá previamente com nenhuma trajetória específica para as taxas de juros e que os dados recebidos guiarão suas decisões.
"O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente de dados e reunião a reunião para determinar o nível apropriado e a duração da restrição", acrescentou o BCE.
Os mercados estão precificando quase dois cortes nos juros durante o resto do ano e um pouco mais de cinco movimentos até o final do próximo ano, uma visão que nenhuma autoridade contestou abertamente nas últimas semanas.
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