A Boeing pausou os voos de teste do jato 777X enquanto inspeciona a frota de quatro aeronaves em busca de fissuras em um componente estrutural crucial que conecta os enormes motores da General Electric às asas do avião.

A fabricante de aviões disse que descobriu um link de empuxo danificado em um 777-9 durante a manutenção de rotina após um voo de teste. O componente "não funcionou como projetado", disse a empresa em um comunicado. A Boeing planeja substituir o componente e "retomará os testes de voo quando estiver pronta", afirmou.

O problema marca o mais recente revés nos esforços da Boeing para certificar seu maior jato, que já está cerca de cinco anos atrasado, após a empresa finalmente iniciar os testes de voo com reguladores dos Estados Unidos a bordo em julho. A empresa tem estado envolvida em uma crise desde que uma explosão em pleno voo de um de seus jatos no início deste ano chamou a atenção para seu histórico de fabricação e segurança.

"A suspensão pode adiar as expectativas de entrega do 777X, potencialmente para 2026", disse Ken Herbert, analista da RBC Capital, aos clientes em uma nota na segunda-feira (19). Ele previu que o programa 777X provavelmente enfrentará um "período prolongado de aprovação".

As ações da Boeing caíram 0,9% nas negociações pré-mercado dos EUA nesta terça-feira (20). O estoque caiu 31% este ano.

A Boeing disse que está inspecionando outros jatos na frota de testes de voo do 777X para verificar o problema. Nenhum teste de voo de curto prazo estava planejado para essas aeronaves. A GE Aerospace disse que não há problema com o turbofan GE9X, que é o maior e mais poderoso motor de jato comercial já construído.

A Boeing informou a Administração Federal de Aviação e os clientes sobre o problema no link de empuxo, que é projetado sob medida para o 777-9, o primeiro jato da família 777X a ser desenvolvido.

A agência disse que o teste de voo que precedeu a descoberta ocorreu na semana passada, confirmando um relatório anterior do Air Current.