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China fica mais elétrica, Embraer tem momento de glória e o que importa no mercado

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Victor Sena
São Paulo

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China fica mais elétrica

Metade de todos os veículos vendidos na China em julho foram elétricos ou híbridos. Há três anos, essa fatia era de apenas 3% das vendas.

↳ Apesar da nova tendência, a frota total do país ainda é 94% à combustão.

Os motivos. Estímulos ao consumo por parte do governo, preços em queda no portfólio das montadoras BYD e Tesla e aspectos culturais do consumidor chinês explicam a adesão aos elétricos por lá.

Apesar da força local de BYD e da concorrente GWM, a China é estratégica para a americana Tesla e montadoras europeias.

↳ Cerca de 60% das vendas da montadora de Elon Musk ocorrem no país.

E no Brasil? Dos 178 mil automóveis novos vendidos no Brasil no mês de julho, 8,5% foram elétricos ou híbridos, segundo a Fenabrave. Pesquisas mostram que o consumidor brasileiro está mais aberto à tecnologia.

A inclusão desses modelos mais limpos no portfólio de empresas de assinatura e aluguel deve estimular a adoção no país, mas ainda há desafios de infraestrutura. Postos de abastecimento e peças de reposição, por exemplo.

A Uber e a 99 anunciaram programas recentes com estímulos aos motoristas para aluguel desses carros.

↳ As marcas com mais vendas de elétricos no Brasil em julho foram BYD, Volvo e GWM.

América. Nos Estados Unidos, onde a Tesla é líder, elétricos têm uma participação de 18% nas vendas. Percentual maior que o do Brasil, mas bem menor que o da China.

Mais limpos. As compras dos americanos tendem a crescer, já que o governo Joe Biden determinou que a emissão de gases poluentes caia 50% até 2032.

↳ As montadoras deverão substituir seu portfólio por tecnologias mais modernas.

Em alta. As marcas de carros têm ajustado os planos e dado mais atenção aos modelos híbridos, com mais aceitação. Tesla e Volvo são algumas das poucas que insistem num futuro totalmente à bateria.

↳ Eles são mais flexíveis e podem ser projetados também para biocombustíveis e hidrogênio verde.

Os tipos. Carros com diferentes tecnologias têm sido apresentados. Em geral, se dividem em:

  • Híbridos tradicionais (HEV): tem bateria e tanque de combustível. A energia elétrica é gerada com a transformação do movimento das freadas porque não usam tomadas. Bateria e combustível se complementam.
  • Híbridos plug-in (PHEV): podem usar só os combustíveis, só a bateria ou ambos. Precisam ser recarregados com tomadas.
  • Elétricos (EV): são 100% movidos à bateria e precisam de tomadas.

A real ameaça ao Google

Depois de ser classificado como um monopólio pela Justiça americana, o Google pode enfrentar punições das autoridades, ameaçando enfraquecer seu domínio nas buscas online.

No entanto, um risco ainda maior está no radar: o ChatGPT.

Entenda: o aplicativo da OpenAI é líder no mercado de inteligência artificial. Ele é utilizado como assistente de escrita e outras criações, mas também para pesquisas e esclarecimento de dúvidas —funções que antes eram domínio do Google.

O avanço da inteligência artificial nos próximos anos, com novas funcionalidades do ChatGPT, pode reduzir significativamente o tráfego de buscas tradicional.

Em alerta. Há preocupações de que as respostas diretas oferecidas pela IA empobreçam a experiência de navegação na internet. Sites que dependem do tráfego fazem críticas.

↳ Dos US$ 84,7 bilhões (R$ 469 bilhões) faturados pela companhia Alphabet (holding que controla o Google) no último trimestre, 50% vieram das buscas.

Disputa. A OpenAI, com apoio da Microsoft, está prestes a lançar o SearchGPT, um serviço que intensificará essa concorrência.

O uso do SearchGPT exige inscrição em uma lista de espera. O aplicativo promete "respostas rápidas e oportunas, com fontes claras e relevantes."

Analistas ouvidos pela agência Reuters consideram este avanço da OpenAI mais ameaçador para a Alphabet do que qualquer decisão judicial.

O caso antitruste. O Google, conforme discuti na edição de terça-feira da newsletter, enfrentou acusações do governo dos Estados Unidos de práticas anticompetitivas. Foi considerado culpado pela Justiça.

O site é padrão em aparelhos da Apple e Samsung, o que só foi possível depois de bilhões de dólares pagos às empresas.

↳ Em 2022, a Apple recebeu US$ 20 bilhões (R$ 110 bilhões) para manter o Google no navegador Safari.

O que esperar. O governo americano ainda não anunciou as penalidades específicas, mas pode limitar a capacidade do Google de firmar esses acordos.

Sim, mas... Com seu próprio modelo de IA, o Gemini, e forte capacidade de inovação, o cenário pode não ser tão negativo para a empresa. Vale lembrar que a Alphabet é uma das companhias mais valiosas do mundo.


Levantou voo

Os investidores estão ainda mais otimistas com a Embraer. Novos dados financeiros da empresa levaram as ações da companhia a dispararem 10% nesta quinta (8) na Bolsa.

Os papéis já vinham em alta nos últimos meses, conforme analistas indicavam ampliação da produção. Agora, os números do último trimestre confirmam o ciclo positivo.

↳ O faturamento subiu 23%, alcançando R$ 7,85 bilhões entre abril e junho. O lucro disparou 50%, chegando a R$ 416 milhões. Foram entregues 47 aviões.

↳ Um dos destaques foi o segmento de defesa aérea, que dobrou a receita com a venda de um avião militar C-390 Millennium para o governo de Portugal.

Analistas do BTG Pactual, Itaú e Santander destacam que os números superaram as expectativas.

Até o fim do ano, a Embraer planeja entregar até 80 aeronaves comerciais e 135 jatinhos.

O portfólio. Os produtos incluem linhas comerciais, jatinhos e modelos de defesa.

Made in Brazil. O país é conhecido por exportar soja, carne e minério de ferro. Mas as aeronaves, majoritariamente produzidas pela Embraer, também são um item importante em vendas.

Em 2023, as exportações de aviões somaram US$ 3,5 bilhões (R$ 19,4 bilhões). Só neste ano, desde janeiro, já ultrapassaram os US$ 2 bilhões (R$ 11 bilhões). Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

↳ Companhias aéreas dos EUA, por exemplo, são clientes dos nossos aviões.

↳ A American Airlines tem 32 encomendas feitas à Embraer, com diferentes prazos de entrega.

Perspectivas. A empresa tem recebido forte atenção nos últimos meses. Áustria e Holanda fecharam contrato para compra de nove aeronaves militares, que também são negociadas com a Arábia Saudita e a Índia.

O governo federal tenta estimular também as companhias aéreas que operam aqui a comprar os aviões brasileiros.

A Latam está próxima de encomendar cinco unidades.


Para ouvir: Guerras comerciais

Coca-Cola vs. Pepsi, Apple vs. Microsoft, Nike vs. Adidas. Essas são algumas das rivalidades mais conhecidas no mundo dos negócios.

A disputa da vez acontece entre as companhias de exploração espacial Space X, de Elon Musk, e Blue Origin, de Jeff Bezos.

A temporada mais recente do podcast Guerras Comerciais mostra os projetos inovadores dessas empresas e o embate entre os bilionários.

O podcast é uma versão em português do Business Wars, da produtora Wondery, filiada à Amazon. Aqui no Brasil, ele é apresentado pelo influenciador Alê Garcia e está disponível nos principais serviços de streaming, como Spotify, Deezer e Apple Music.

Por que importa: Musk e Bezos disputam a preferência da Nasa para se tornarem os fornecedores privados de uma nova geração de foguetes.

A Space X está na frente, com um contrato de US$ 2,9 bilhões (R$ 16,6 bilhões) para a produção do Starship, que passa por testes.

↳ A agência americana deseja levar astronautas de volta à Lua em 2025, e a Marte, pela primeira vez, até 2040. Para isso, precisa de foguetes mais baratos e reutilizáveis.

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