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Ministra do Interior renuncia no Reino Unido por polêmica sobre metas de deportação de ilegais

Amber Rudd era nome forte do gabinete de Theresa May

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Londres | Reuters

​A ministra do Interior do Reino Unido, Amber Rudd, renunciou neste domingo (29), depois de o governo de Theresa May enfrentar uma polêmica envolvendo supostas metas de deportação de imigrantes ilegais.

Rudd era uma das mais próximas aliadas de May e uma franca voz pró-Europa em seu gabinete —que enfrenta as negociações finais para consolidar a saída do Reino Unido da União Europeia.

Ela vinha enfrentando críticas e pedidos de demissão nos últimos dias, depois que evidências contradisseram falas suas ao Parlamento negando que tivesse conhecimento dessas metas.

A ministra do Interior do Reino Unido, Amber Rudd, em evento do partido Conservador - Hannah McKay - 3.out.2017/Reuters

Na carta em que entregou o cargo, Rudd disse que "inadvertidamente" confundiu a Comissão de Assuntos Domésticos do Parlamento na última quarta-feira (25) ao negar o assunto. Um vazamento de documentos mostrou que tais metas existem, sim.

Neste domingo (29), o jornal britânico The Guardian revelou que, em uma carta escrita por Rudd em 2017 para May, ela cita para a primeira-ministra um objetivo "ambicioso, mas plausível" de aumentar a deportação de imigrantes ilegais em 10%. 

O jornal afirma que a ministra deveria falar à Câmara dos Comuns nesta segunda, em uma sessão que tinha a expectativa de ser tensa, mas que, com as revelações que vieram à tona, concluiu que o melhor a fazer era pedir demissão.

"Eu deveria estar ciente disso [metas de deportação] e assumo total responsabilidade por não ter estado."

Rudd falou à Comissão de Assuntos Domésticos sobre um caso envolvendo imigrantes caribenhos tachados de ilegais. Nas últimas duas semanas, o governo tem enfrentado uma batalha para explicar por que descendentes da chamada geração Windrush têm tido direitos negados.

O nome faz referência a um navio que esteve entre os primeiros a transportar trabalhadores de colônias britânicas no Caribe para o Reino Unido para ajudar a diminuir o déficit de força de trabalho depois da Segunda Guerra Mundial. Quase 500 mil pessoas fizeram parte desse movimento entre 1948 e 1971.

"Nós desapontamos vocês, e eu sinto muito", disse Theresa May. O governo prometeu conceder cidadania e compensar os problemas causados aos afetados, que perderam o emprego, foram ameaçados de deportação e tiveram direitos negados.

"O escândalo Windrush acertadamente iluminou um tema importante para o país", disse Rudd, em sua carta de demissão.

O caso trouxe à tona também questionamentos sobre a época em que May exerceu o cargo de ministra do Interior, antes de se tornar primeira-ministra.

O Partido Trabalhista, de oposição a May, que vinha repetidamente pedindo a renúncia de Rudd, disse que a primeira-ministra também é responsável pelo caso e deveria esclarecer seu papel nas políticas de imigração do governo.

"A arquiteta dessa crise, Theresa May, deve agora vir a público dar uma resposta imediata, completa e honesta de como essa situação indesculpável aconteceu sob seus olhos", disse Diane Abbott, porta-voz dos trabalhistas para assuntos domésticos.

Ela convocou May para falar à Câmara dos Comuns sobre a questão.

A saída de Rudd se dá quatro meses depois de um aliado próximo de May, seu então vice-premiê Damien Green, se ver forçado a deixar o cargo após um escândalo de pornografia.

O nome do novo ministro do Interior é esperado para os próximos dias.​

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