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Grupo saudita sugere 11 de Setembro contra Canadá em montagem

Governo canadense protestou contra repressão a ativistas e expulsão de seu embaixador em Riad

Anúncio de agência estatal saudita ameaça Canadá com 11 de Setembro - Twitter/Reprodução

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Montreal, Ottawa e Riad | AFP

Um grupo saudita pró-governo sugeriu um ataque à la 11 de Setembro contra o Canadá, ao postar nas redes sociais uma montagem mostrando um avião da Air Canada voando em direção à CN Tower, ponto turístico e símbolo da cidade de Toronto,  em meio a uma crise diplomática entre os dois países.

A montagem alerta contra "meter o nariz onde não é chamado" e um texto alerta: "Como o ditado árabe diz: 'Aquele que interfere com o que não lhe diz respeito encontra o que não o agrada".

Após protestos, o Ministério da Mídia saudita tirou o perfil do grupo, identificado como Infographic KSA, do ar e disse que vai investigar o caso.

A foto foi postada após tensões entre a Arábia Saudita e o Canadá depois que o governo de Justin Trudeau pediu a libertação de mulheres sauditas ativistas de direitos humanos.

O governo saudita considerou o pedido uma interferência em assuntos internos e deu ao embaixador canadense em Riad o prazo de 24 horas para deixar o país. O representante saudita em Ottava foi chamado de volta, e novos contatos comerciais com o Canadá foram suspensos.

O grupo postou um pedido de desculpas antes de a página ser tirada do ar.

"Anteriormente postamos uma imagem que era inapropriada, então deletamos o post imediatamente", disse. "A aeronave tinha a intenção de simbolizar o retorno do embaixador. Entendemos que isso não ficou claro, e qualquer outro significado não foi intencional."

A imagem foi republicada, já sem o avião.

Quinze dos 19 sequestradores dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA eram sauditas. O mentor do ataque, Osama bin Laden, vem de uma família saudita proeminente. 

Apesar da expulsão de seu diplomata, o Canadá manteve sua posição. 

"O Canadá sempre apoiará os direitos humanos, no Canadá e em todo o mundo, e os direitos das mulheres são direitos humanos", disse a ministra canadense de Relações Exteriores, Chrystia Freeland.

Diante disso, Riad anunciou novas medidas: a suspensão das bolsas universitárias para seus cidadãos no Canadá e transferência dos estudantes para outros países.

A companhia aérea Saudia Airlines anunciou, por sua vez, a suspensão dos voos com destino e procedentes de Toronto, a grande metrópole canadense.

O reino "rejeita qualquer ingerência em assuntos internos e tentará qualquer ingerência com determinação", reafirmou na segunda-feira o ministro saudita de Relações Exteriores, Adel al Jubeir, que considerou que as críticas canadenses "se baseavam em informações enviesadas". 

Ottawa lamentou, por sua vez, a decisão da Arábia Saudita com relação a seus estudantes. "Acho que seria uma verdadeira pena que estes estudantes sejam privados do direito de estudar aqui", disse Freeland. 

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