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Um quarto dos incêndios em Portugal não é sequer investigado

Governo prometeu 200 novos guardas-florestais antes do verão, mas concurso ainda não abriu

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Diário de Notícias

Messias Fernandes é o dono disto tudo. Todas as manhãs, quando sai de sua casa na aldeia de Outeiro da Vinha, em Seia, e percorre as estradas do Parque Natural da Serra da Estrela, o homem sabe que todo aquele território é dele e dele apenas. É, afinal, o único guarda-florestal que existe nas terras que se estendem de Seia a Gouveia —uma das mais importantes manchas de biodiversidade do país e uma das regiões mais fustigadas pelos incêndios na última década.

A parte mais importante do seu trabalho é esta: investigar as causas dos fogos. "As pessoas pensam que é uma competência da Polícia Judiciária, mas não é assim. O apuramento da origem do incêndio é da responsabilidade da Guarda Florestal e só quando nós percebemos que ele pode constituir crime de dolo é que chamamos a PJ." Em média, há na sua zona de ação centena e meia de incêndios por ano. "Mas a verdade é que estou aqui sozinho a olhar por esta serra toda. Então nunca consigo investigar mais de 50 fogos por ano. Os restantes não são sequer escrutinados, não sabemos se foram de origem criminosa, ou negligente, ou o que quer que seja."

Um quarto dos incêndios que ocorrem no país nunca chegam a ser investigados por ninguém. Em 2017, diz o relatório anual do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), houve 17 557 fogos em Portugal continental. Mas quando se compara este número com o Relatório Nacional de Segurança Interna, verifica-se que houve apenas 13 108 inquéritos para investigação. Ou seja, a origem de 4449 incêndios —25,4% do total de ocorrências— nunca chegou a ser escrutinada.

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