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Não somos mendigos, diz Maduro ao rejeitar ajuda vinda dos EUA

Para ditador da Venezuela, assistência deve ser distribuída entre colombianos pobres

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Caracas | Reuters e AFP

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira (8) que a ajuda humanitária que chegou dos EUA e está estocada na cidade colombiana de Cúcuta deveria ser distribuída para colombianos pobres, pois os venezuelanos não são "mendigos".

Um dia depois que caminhões com remédios e comida chegaram à fronteira com a Venezuela, Maduro afirmou que não vai permitir a entrada dos suprimentos.

Voluntário carrega ajuda humanitária em Cúcuta, na Colômbia - Raul Arboleda/AFP

"A Venezuela não vai permitir esse show de ajuda humanitária porque não mendigamos para ninguém", afirmou. "A Venezuela não está sofrendo a crise humanitária fabricada por Washington ao longo dos últimos quatro anos para justificar uma intervenção em nosso país." 

Autoridades em Cúcuta estabeleceram um centro de estocagem próximo à ponte internacional de Tienditas, bloqueada pelos militares venezuelanos com dois caminhões e uma cisterna.

"Não é nenhuma ajuda. É uma mensagem de humilhação para o povo, porque se quisessem ajudar deveriam cessar todas as sanções econômicas (...) O pacote é bonito por fora, de ajuda humanitária, mas por dentro tem veneno", ressaltou.

O presidente interino Juan Guaidó anunciou que mais carregamentos chegarão nos próximos dias e que outros centros de coleta serão instalados no Brasil e em uma ilha caribenha a ser definida.

Guaidó insiste na importância da entrada de ajuda humanitária e reiterou seus apelos aos militares para que não a impeçam.

"Eles estão em um dilema: ou se colocam ao lado do povo que precisa de ajuda ou do lado da ditadura", disse ele. 

Lester Toledo, delegado por Guaidó para acompanhar a questão da ajuda, afirmou que a população está disposta a se unir em um corredor humanitário para permitir a entrada dos suprimentos e pediu que os militares "se rebelem" para permitir que isso aconteça. 

"O povo da Venezuela vai se unir em um corredor humanitário de mãos dadas com os civis e com os militares", afirmou.

O país produtor de petróleo, mergulhado na pior crise de sua história moderna, sofre uma severa escassez de produtos básicos e uma hiperinflação que o FMI estima em 10.000.000% em 2019. 

Antes, nesta sexta, Maduro divulgou nas redes sociais uma carta endereçada à população dos EUA na qual pediu apoio contra uma intervenção, comparando a atual situação de seu país com as de Vietnã e Iraque antes da ação militar americana. 

No texto de três páginas, Maduro citou ainda o ex-presidente americano John Kennedy para defender que a oposição deveria aceitar dialogar com o regime e afirmou que não existe uma crise humanitária no país

"Correm os dias que definirão o futuro de nossos países entre a guerra e a paz. Os seus representantes nacionais em Washington querem levar a suas fronteiras o mesmo ódio que semearam no Vietnã", diz a carta divulgada pelo próprio ditador nas redes sociais na madrugada desta sexta (8).

"Querem invadir e intervir na Venezuela —dizem eles, como disseram então— em nome da democracia e da liberdade. Mas não é assim". 

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