EUA mantêm conversas com número dois do chavismo, diz agência
Aliados de Maduro buscam garantias de que não serão processados se Maduro cair
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Os Estados Unidos têm mantido contato com o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, em um momento no qual aliados de Nicolás Maduro buscam garantias de que não serão processados por supostos crimes caso cedam a pressões para tirar o ditador do poder.
A informação foi passada para a agência de notícias Associated Press por um oficial sênior do governo Trump, e divulgada pelo jornal The Washington Post neste domingo (18).
Cabello, o homem mais poderoso da Venezuela depois de Maduro, teve uma reunião em Caracas, em julho, com um alto oficial da administração americana. Um segundo encontro está sendo planejado.
O nome do representante dos EUA foi mantido em segredo, e não se sabe se as conversas têm a anuência de Maduro ou não.
A influência de Cabello vem se acentuando à medida em que o controle de Maduro sobre o governo diminui. Por outro lado, o braço direito de Maduro e chefe do partido socialista já foi acusado pelos EUA de tráfico de drogas, corrupção e até de ameaçar de morte um senador americano.
O funcionário do governo disse que os EUA não estão tentando apoiar Cabello ou abrir caminho para que ele eventualmente substitua Maduro. O objetivo dos encontros seria aumentar a pressão sobre o regime, contribuindo para a briga que os EUA acreditam estar ocorrendo nos círculos de poder do partido de Maduro.
Um assessor do governo Trump rejeitou a ideia de que Cabello estaria traindo Maduro, dizendo que ele só se encontraria com os americanos com a permissão do ditador e desde que isso contribuísse para aliviar as sanções econômicas que seriam as responsáveis por prejudicar a economia da Venezuela.
Uma fonte familiarizada com o encontro de julho disse que Cabello chegou à reunião com o enviado dos EUA bem preparado, mostrando clara compreensão dos problemas políticos da Venezuela.
Enquanto a crise no país se agrava, um padrão previsível se estabelece. O oposicionista Juan Guaidó, apoiado pelos EUA e por dezenas de outros países, não tem força suficiente para atrair a lealdade das Forças Armadas e tomar o poder.
Em paralelo, Maduro não consegue fazer com que a economia se recupere, após sanções cada vez mais rigorosas dos EUA.
Neste mês, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que congela todos os bens do regime de Maduro nos EUA. O país também ameaça punir empresas de outros países que continuem a fazer negócios com a Venezuela.
Além disso, negociações intermediadas pela Noruega entre oposição e governo foram abandonadas neste mês por Maduro, que acusou Guaidó de apoiar os bloqueios impostos pelos EUA. Nem Cabello nem o exército venezuelano e tampouco o governo dos EUA participam dessas negociações.
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