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Morre Ben Ali, ex-ditador da Tunísia deposto pela Primavera Árabe

No poder de 1987 até 2011, ele vivia na Arábia Saudita, onde estava exilado

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Túnis | Reuters e AFP

Zine El Abidine Ben Ali, 83, ex-ditador da Tunísia, morreu nesta quinta (19) na Arábia Saudita, onde estava exilado.

A informação foi confirmada por seu advogado, Mounir Ben Salha, e pelo ministério das Relações Exteriores da Tunísia, mas a causa da morte não foi revelada. 

Ben Ali chegou ao poder em 1987 por meio de um golpe não violento contra o então presidente Habib Bourguiba, de quem era primeiro-ministro. 

O ex-ditador da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali - Jacky Naegelen - 30.abr.08/Reuters

A tomada de poder ocorreu três semanas após Ben Ali ter sido nomeado para o cargo de premiê.

Ele reuniu uma equipe de médicos que diagnosticou Bourguiba como senil, o que o lançou automaticamente para a chefia de Estado.

Ben Ali foi o segundo governante da ex-colônia francesa após sua independência, em 1956.

Acusado de violações de direitos humanos, renunciou durante a Primavera Árabe, em 2011, e fugiu para a Arábia Saudita em janeiro daquele ano.

O então ditador foi sentenciado a 35 anos de prisão, mas nunca respondeu ao processo.

Sua primeira década como ditador é lembrada pela reestruturação econômica apoiada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial que possibilitou à Tunísia uma taxa de crescimento pouco acima de 4% ao ano.

Mas seu governo ficou marcado, principalmente, pelo silenciamento de dissidentes políticos, aumento da desigualdade e por acusações de corrupção.

Seu retrato era exibido em estabelecimentos de todo o território, incluindo comércios e escolas. Nas poucas ocasiões em que foi submetido a eleições, saiu reeleito com mais de 99% dos votos.

A Tunísia é o único país que viveu a Primavera Árabe a continuar no caminho da democratização. Após o levante de 2011, ganhou uma nova Constituição, eleições livres e um governo de coalizão entre laicos e islâmicos moderados.

No último domingo (15), os tunisianos participaram da segunda eleição presidencial da história do país, que será decidida em um segundo turno previsto para outubro.

 

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