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Veneza fecha praça de São Marcos devido a nova inundação

Cidade histórica enfrenta enchentes e tempestades há dias

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Veneza | AFP

O prefeito de Veneza determinou, nesta sexta-feira (15), o fechamento da praça de São Marcos, devido a uma nova inundação causada pela maré alta.

"Vejo-me forçado a isso para proteger os cidadãos de riscos sanitários... Um desastre", declarou Luigi Brugnaro. A praça é um dos principais pontos turísticos da cidade.

Famosa por seus canais, Veneza enfrenta a pior enchente dos últimos 50 anos. Ao menos duas pessoas morreram. 

Ponto dos Suspiros, em veneza, alagada devido ao aumento da maré - Filippo Monteforte/AFP

A previsão é que a água alcance um nível perigoso, depois de três dias de inundações que causaram graves danos materiais e obrigaram as autoridades a declararem estado de emergência. Também são esperadas chuvas e ventos fortes.

 

Os venezianos tentavam se recuperar da dramática maré alta de terça-feira (12) à noite, quando o nível chegou a 187 centímetros, estabelecendo o segundo recorde histórico e provocando a inundação de 80% da cidade. A maior marca foi registrada em 1966: 194 centímetros.

Uma onda de solidariedade tomou conta da península, com doações e contribuições para ajudar os residentes e proprietários de atividades comerciais a recuperar parte de seus bens perdidos.

Os venezianos passaram boa parte do dia retirando água e tentando salvar eletrodomésticos, móveis e outros objetos que foram danificados.

Na quinta à noite, alguns turistas se divertiram passeando com botas altas de plástico. A cidade recebe 36 milhões de visitantes por ano, 90% dos quais estrangeiros.

Veneza debate há anos sobre os sistemas mais adequados para se proteger das marés altas. O governo convocou para 26 de novembro uma reunião para analisar a fundo seus problemas de infraestrutura. 

Segundo estimativas, o fenômeno das marés altas aumentará devido à mudança climática e ao aquecimento do mar Adriático.

O ministro italiano do Meio Ambiente, Sergio Costa, disse que as causas do desastre são a "consequência direta da mudança climática e da tropicalização dos fenômenos meteorológicos com precipitações violentas e fortes rajadas de vento".

Também estão em debate vetar a passagem de grandes cruzeiros por seus canais e o que fazer com o controverso megaprojeto Mose, idealizado há 30 anos para proteger a cidade e que ainda não entrou em funcionamento. 

O complexo e custoso sistema de comportas que começou a ser construído em 2003 deveria estar concluído em 2016, mas não estará pronto antes de 2021. 

Enquanto o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, pede que a obra seja "concluída o quanto antes", os ecologistas a consideram faraônica, custosa demais, obsoleta e inadequada. 

Na noite de quarta (13), a sede do Conselho Regional do Vêneto, em Veneza, foi alagado logo após uma sessão na qual os conselheiros haviam rejeitado adotar medidas para combater os efeitos das mudanças climáticas. 

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