Em Buenos Aires, Evo Morales pede que OEA fique de fora da eleição na Bolívia
Ex-presidente descumpriu regras do exílio ao dar declarações políticas em ato público
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O ex-presidente da Bolívia Evo Morales concedeu sua primeira entrevista a jornalistas desde que chegou a Buenos Aires, vindo do México, agora na condição de refugiado.
Em um pequeno auditório no centro da capital argentina, o ex-líder boliviano afirmou que a OEA (Organização dos Estados Americanos) deveria ser excluída do processo eleitoral de seu país "para que exista transparência no próximo pleito".
O órgão multilateral foi responsável por um relatório que apontou manipulações na votação de 20 de outubro, no qual Evo foi anunciado vencedor e que desencadeou a crise que levou à sua renúncia.
De acordo com a OEA, as ações para mudar os resultados das eleições incluíam "alteração e queima de atas de votação e falsificação de assinaturas".
Evo voltou a dizer que não será candidato e pediu garantias de que as eleições —inicialmente planejadas pelo governo para março ou abril— tenham mecanismos para que sejam “limpas e transparentes”.
Uma das propostas é a formação de uma comissão suprapartidária com "notáveis" de esquerda ou de direita e "alguns Nobel da Paz". "Qualquer um, menos a OEA.”
O pedido de exclusão da OEA, segundo ele, seria porque o organismo se "encontra comprometido com determinadas causas e ideologias e porque deixou de ser imparcial".
Na conversa com jornalistas, Evo criticou o governo interino da autoproclamada presidente Jeanine Añez, porque “há presos políticos na Bolívia, e enquanto houver presos políticos não há eleição livre possível”.
E rebateu Añez por ter dito que ele poderia voltar para a Bolívia, mas que enfrentaria a Justiça. “Quem é ela? Presidente, chefe da Justiça e do Exército? Isso se chama ditadura.”
Em uma reunião informal com o presidente argentino, Alberto Fernández, e a vice, Cristina Kirchner, Evo se comprometeu a cumprir as normas estabelecidas para refugiados no país.
A entrevista desta terça-feira, porém, desrespeita as regras referentes a esse status, uma vez que o ex-presidente está impedido de fazer atos políticos públicos.
Segundo o chanceler argentino, Felipe Solá, Evo poderia participar de reuniões, mas não pode emitir opinião em público.
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