O papa Francisco pediu desculpas nesta quarta-feira (1º), antes da tradicional oração do Angelus, por ter "perdido a paciência" na noite anterior com uma fiel que tentou puxá-lo e apertou com muita força sua mão.

"Muitas vezes perdemos a paciência. Isso acontece comigo também. Peço desculpas pelo mau exemplo dado ontem", disse o chefe da Igreja Católica, falando da janela do palácio apostólico na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Imagens do papa Francisco, nas quais ele reage, visivelmente incomodado, a uma fiel que insiste em apertar sua mão e que foram registradas na véspera do Ano Novo, foram vistas centenas de milhares de vezes nas redes sociais. 

No vídeo, o pontífice passa por uma mulher, depois de ter beijado muitas crianças em frente ao presépio de Natal, quando ela o agarra firmemente pela mão e quase o faz cair. 

A fiel parece dizer algo, e o papa, mostrando-se aborrecido, dá dois tapas na mão dela para se desvencilhar. 

Depois disso, Francisco, 83, continua seu caminho, mantendo um pouco mais de distância dos fiéis entusiasmados.

O papa, que tem dificuldades para andar e por isso usa um calçado especial, foi aos poucos relaxando e voltou a entrar em contato com as crianças presentes.

Embora seja admirado por sua simplicidade e proximidade com os fiéis, o papa argentino também é conhecido por sua maneira direta de falar e por seu temperamento, às vezes, autoritário. 

Em março, mostrou publicamente sua sinceridade ao recusar que os fiéis beijassem seu anel papal em uma cerimônia no santuário de Loreto, na Itália central. 

O Vaticano explicou que o papa retirava a mão toda vez que um peregrino tentava beijá-lo por razões de higiene. 

"Não por ele, mas para evitar o contágio quando há longas filas de pessoas. Pessoalmente, ele gosta de beijar as pessoas", explicou à época o porta-voz da Santa Sé, Alessandro Gisotti.

Defesa das mulheres

Na primeira fala do ano, o papa destacou a importância das mulheres. Ele afirmou que "o renascimento da humanidade começou com as mulheres" e disse que "toda a violência infligida às mulheres é uma profanação de Deus, nascido de uma mulher". 

Francisco lembrou que a liturgia celebrava Maria, "a virgem que deu vida a Jesus, o salvador", que "não eliminou o mal, mas cortou-o pela raiz". 

"Esta bênção de Deus para todo homem e mulher não é mágica, mas requer paciência, paciência de amor", afirmou o pontífice.