Premiê holandês gera confusão ao citar método questionado para conter coronavírus
Estratégia de imunidade coletiva serviria para ganhar tempo enquanto vacina não é criada
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Uma confusão sobre a maneira com a qual a Holanda lida com a pandemia de coronavírus se instalou no país após o pronunciamento em rede nacional do premiê Mark Rutte, na segunda (16).
O primeiro-ministro falou que grande parte da população holandesa será infectada com o vírus num futuro próximo e que a ideia do governo é diminuir a propagação da doença enquanto a população desenvolve “imunidade de grupo controlada”.
“Pode demorar meses ou mesmo mais para que seja construída a imunidade de grupo, e durante esse período precisamos proteger as pessoas em maior risco o máximo que pudermos”, acrescentou.
Idosos acima de 65 anos são os mais vulneráveis.
Imunidade de grupo significa que, ao contrair uma doença, um grande número de pessoas desenvolve imunidade a ela, estancando assim a propagação de um vírus, segundo artigo do professor de epidemiologia Arindam Basu, da Universidade de Canterbury, no site The Conversation.
Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) questiona a aplicação do método neste momento, uma vez que ainda não se sabe com profundidade de que maneira o coronavírus atinge o corpo humano. A adoção da imunidade de grupo também foi cogitada pelo Reino Unido.
Na quarta (18), o estrategista do governo holandês para a pandemia, Jaap Van Dissel, afirmou aos parlamentares que tal estratégia não era o foco dos oficiais de saúde locais, mas ponderou que o desenvolvimento de resistência pela população gera tempo para que outras medidas sejam tomadas —como a criação de uma vacina, por exemplo.
Nesta quinta, o premiê reiterou que a imunidade coletiva não é o objetivo principal do governo, e sim um efeito colateral da maneira com a qual a Holanda lida com a pandemia. Ele afirmou que um mal-entendido surgiu depois de seu pronunciamento.
A Holanda fechou as universidades e as escolas, ordenou a bares e restaurantes que parem de funcionar e pediu —mas não impôs— às pessoas para ficarem em casa.
Um equilíbrio entre confinamento total da população e controle máximo possível do vírus deveria ser encontrado, acrescentou Van Dissel. Segundo ele, embora a ideia de quarentena absoluta garanta que menos pessoas se infectem, quando a rotina normal for retomada a sociedade será novamente exposta ao perigo.
Durante um debate no Parlamento nesta quinta (19), o ministro da Saúde, Bruno Bruins, desmaiou enquanto falava e teve de ser ajudado pelos congressistas. Ele publicou em uma rede social que estava exausto e precisava de uma boa noite de descanso.
Erramos: o texto foi alterado
Reportagem publicada anteriormente afirmava que a Holanda rejeita a estratégia de confinamento contra o coronavírus, adotando a imunidade coletiva como método de prevenção. Mas oficiais do país vieram a público afirmar que a imunidade coletiva não é o objetivo principal do governo. O texto foi alterado.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters