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Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreia do Norte suspende planos de ação militar contra o Sul, diz imprensa oficial

Recuo foi anunciado após dias de escalada de tensão na península

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Seul | AFP e Reuters

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, suspendeu os planos de ação militar contra a Coreia do Sul, anunciou a imprensa estatal norte-coreana nesta quarta (24), após vários dias de tensão na península.

Segundo a agência oficial de notícias KCNA, Kim presidiu na terça (23), por videoconferência, uma reunião da Comissão Militar Central (CMC) que "suspendeu os planos de ação militar contra o Sul".

Militares norte-coreanos usam máscara durante cerimônia - Kyodo via Reuters

O comitê também discutiu documentos com medidas para “reforçar a interrupção da guerra no país”, de acordo com o texto.

Não ficou claro até o momento o motivo desse recuo da Coreia do Norte, que havia intensificado recentemente os ataques verbais contra Seul, criticando especialmente os dissidentes norte-coreanos presentes no Sul que enviam panfletos de propaganda em direção ao Norte com o uso de balões.

Depois de romper os canais de comunicação oficiais, Pyongyang destruiu na semana passada o escritório de relações entre os países, inaugurado em setembro de 2018, ao norte da Zona Desmilitarizada (DMZ), e que simbolizava a aproximação das duas Coreias.

Nesta quarta, o Norte começou a remover os alto-falantes das zonas fronteiriças, instalados dois dias antes para divulgar propaganda contra o Sul, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap, citando fontes que pediram anonimato.

Além disso, centros de propaganda de Pyongyang retiraram artigos críticos a respeito da Coreia do Sul, segundo o ministério da Unificação, responsável pelas relações com o Norte.

As decisões aparentemente conciliatórias de Pyongyang são incomuns e acontecem depois de analistas afirmarem que o Norte tentava provocar uma crise artificial para obter concessões.

O ministério da Unificação do Sul informou que estava analisando "cuidadosamente" a informação da KCNA.

A agência norte-coreana destacou que a reunião aconteceu por videoconferência, o que, segundo o ministério sul-coreano, seria um fato sem precedentes.

A Coreia do Sul reagiu de maneira enérgica após a demolição do escritório de relações, assim como às declarações da irmã e conselheira de Kim Jong-un, Kim Yo Jong.

"Advertimos que não vamos mais tolerar ações e palavras irracionais do Norte", afirmou um porta-voz da presidência sul-coreana.

As relações intercoreanas estão paralisadas desde o fracasso de uma reunião em Hanói entre Kim e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de 2019.

A reunião pretendia discutir as concessões que a Coreia do Norte estava disposta a fazer para que os países ocidentais reduzissem as sanções econômicas implementadas contra o regime de Kim Jong-un.

Para Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha em Seul, "de nenhuma maneira acabaram as ameaças à Coreia do Sul”.

Desde o início de junho, Kim Yo Jong —assessora chave do irmão e considerada uma potencial sucessora— se tornou o rosto da política agressiva de Pyongyang em relação a Seul.

A Coreia do Norte implodiu o escritório de relações poucos dias depois de ela advertir que em breve o local seria "totalmente destruído" e de chamar o presidente sul-coreano, Moon Jae-in —favorável a um compromisso com Pyongyang—, de "repugnante e louco".

Pyongyang também anunciou que preparou milhões de panfletos com propaganda contra o Sul.

O fato de ter mais alguém falando em nome do regime "dá a Kim Jong-un a opção de calibrar o tiro", afirma Easley.

Rachel Lee, ex-conselheira do governo dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, destacou que a irmã de Kim "esteve presente constantemente nas negociações de alto nível entre as Coreias em 2018".

"Expor Kim Yo Jong desta forma foi uma forma efetiva de maximizar as tensões."

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