Pelo 5º dia seguido, protestos fecham ruas na Polônia após Justiça proibir aborto
Liderada por mulheres, reação tem mirado Igreja Católica e governo conservador
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Milhares de pessoas bloquearam ruas e cruzamentos nesta segunda-feira (26) em diversas cidades na Polônia, no quinto dia seguido de atos contra decisão da Justiça que proibiu uma das únicas formas de aborto legal no país. A decisão do Tribunal Constitucional, anunciada na quinta-feira (22), fez a população sair às ruas contra a medida, o governo e a Igreja Católica.
Liderados por mulheres jovens, os manifestantes carregavam cartazes com mensagens como "o inferno das mulheres", "vocês têm as mãos manchadas de sangue", "chega", "não serei sua mártir" e "quero escolha, não terror". Catedrais foram alvo de manifestações —houve ainda enfrentamentos com grupos de extrema direita que tentavam impedir o acesso aos locais religiosos.
A decisão do tribunal, condenada por vários grupos de defesa dos direitos humanos na Europa, veta a interrupção da gravidez nos casos em que o feto apresenta anormalidades graves —motivo de 98% dos cerca de mil abortos legais realizados no país em 2019.
A Justiça entendeu que a prática é incompatível com a Constituição e limitou o direito ao procedimento a apenas dois casos: risco de morte para a mulher e gravidez resultante de um estupro ou incesto.
Grupos feministas estimam que as polonesas recorram a mais de 200 mil intervenções ilegais todos os anos —número muito superior ao dado oficial. Os atos também criticaram o partido Lei e Justiça (PiS), que chegou ao poder há cinco anos com base num discurso de defesa do valores tradicionais.
Desde então, a sigla implementou reformas para aumentar o controle sobre o Judiciário, que lhe valeram uma investigação por parte da União Europeia, ainda em curso, e o rebaixamento do país em rankings de liberdades democráticas.
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