Espanha e Reino Unido chegam a acordo sobre fronteira de Gibraltar
Território britânico passa a integrar zona Schengen, de livre circulação de pessoas, horas antes do início do brexit
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Madri e Londres chegaram a um "princípio de acordo" sobre Gibraltar, o que permitirá manter a liberdade de circulação na fronteira entre a Espanha e o enclave britânico no sul da Península Ibérica, anunciou a ministra espanhola de Assuntos Exteriores, Arancha González Laya, nesta quinta-feira (31).
O pequeno território britânico será inserido na zona Schengen, de livre circulação de pessoas —formado por 22 países da União Europeia mais Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein—, afirmou González Laya. O Reino Unido nunca fez parte deste espaço.
O acordo foi alcançado poucas horas antes da entrada em vigor do brexit, que começa nesta sexta (1°) , evitando, assim, que a divisa entre Gibraltar e Espanha se tornasse uma fronteira dura entre Reino Unido e União Europeia.
"Esse princípio de acordo servirá de base a um futuro tratado entre UE e Reino Unido em relação a Gibraltar", afirmou a ministra. "Assim, levanta-se o portão. Schengen se aplica a Gibraltar com a Espanha."
González Laya se referiu especialmente aos gibraltinos e aos habitantes da zona fronteiriça com a Espanha, "que temiam os efeitos de um brexit duro" e que agora "podem respirar aliviados".
"O pacto nos permitirá eliminar barreiras e avançar para uma zona de prosperidade compartilhada", publicou no Twitter o premiê espanhol, o socialista Pedro Sánchez.
Desde que o acordo entre Londres e Bruxelas foi alcançado, em 24 de dezembro —o qual não se aplica a Gibraltar—, Espanha e Reino Unido negociavam, com um prazo apertado, uma regulação que impedisse uma fronteira dura na região, com controles de passaportes e obstáculos alfandegários.
Cerca de 15 mil pessoas, espanhóis em sua grande maioria, cruzam a fronteira todos os dias para trabalhar no território britânico na foz do Mar Mediterrâneo.
Caso as negociações fossem malsucedidas, o governo de Gibraltar criaria um registro para que esses trabalhadores pudessem continuar cruzando a fronteira com seus documentos de identidade, sem complicações, limitando o eventual impacto da decisão.
Uma fronteira exigindo passaportes também teria afetado o turismo, uma importante fonte de recursos para Gibraltar. As autoridades temiam ainda complicações na logística para a entrada de mercadorias, uma vez que o território importa 100% dos alimentos de seus 34 mil habitantes.
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