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Chile tem protestos violentos após artista de rua ser morto pela polícia

Manifestantes da cidade de Panguipulli atearam fogo em prédios públicos

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Santiago | AFP

Vários prédios públicos de Panguipulli, na região mapuche no sul do Chile foram incendiados na noite desta sexta-feira (5), como protesto contra a morte de um artista de rua por um policial.

O agente, cuja identidade não foi divulgada, foi detido na sexta após ter disparado pelo menos quatro tiros contra o artista de rua Francisco Martínez, em plena luz do dia em uma rua movimentada de Panguipulli, pequena cidade a cerca de 850 km da capital, Santiago.

Indignados, centenas de moradores incendiaram a prefeitura e outros prédios públicos durante protestos que prosseguiram até a madrugada.

Manifestantes ateiam fogo em prédios de Panguipulli, a 850 km ao sul de Santiago, durante protesto contra morte de artista - Alicia Caceceres/AFP

O policial foi levado neste sábado (6) a um tribunal. Na audiência, transmitida pela internet, foi decidido que ele ficará detido até segunda-feira (8), quando o Ministério Público apresentará as acusações e começará a investigação do caso.

O incidente ocorreu quando Francisco foi abordado por dois policiais para uma verificação de identidade. O jovem se recusou e começou uma discussão. Em meio a isso, um dos policiais atirou em direção aos pés dele, como advertência. O artista de rua avançou contra o policial, que voltou a atirar, o que provocou a morte de Francisco, de acordo com imagens divulgadas nas redes sociais e na imprensa.

“Isso é algo que afetou a todos nós. Me afetou muito como mãe, tudo isso é terrível, aquele jovem nunca machucaria ninguém”, disse María Angélica Alcapán à agência de notícias AFP.

“Ninguém tem poder sobre a vida de uma pessoa e muito menos por vestir um traje policial”, afirmou Alejandro Flores, um turista de Santiago.

O prefeito de Panguipulli, Rodrigo Valdivia, disse que Francisco era uma pessoa pacífica que estava em situação de rua e lamentou a atuação da polícia na morte do jovem e nos protestos.

A polícia apoiou o agente, alegando que ele usou a arma em legítima defesa. O ministro do Interior, Rodrigo Delgado, ordenou uma investigação completa dos fatos e condenou os incêndios em prédios públicos.

“Lamentamos profundamente que uma operação policial termine com a morte de uma vida humana”, disse Delgado em Santiago.

A polícia chilena foi criticada pela violência injustificada de seus agentes e acusada de violação dos direitos humanos pela repressão às manifestações que explodiram no país em outubro de 2019.

Após os distúrbios, uma Comissão de Especialistas elaborou uma reforma da polícia que se encontra atualmente no Congresso.

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