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Ex-embaixadora das Filipinas no Brasil é demitida por agressões à empregada doméstica

Câmeras registraram violência de Marichu Mauro por 8 meses; diplomata havia deixado posto em outubro

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Manila | AFP

A ex-embaixadora das Filipinas no Brasil foi demitida da carreira diplomática por agredir durante meses uma empregada doméstica na residência oficial em Brasília. O anúncio foi feito pelo presidente do país, Rodrigo Duterte, na segunda-feira (1º).

Marichu Mauro foi enviada de volta a Manila, capital do arquipélago, em outubro do ano passado após imagens do circuito interno de segurança da residência da então embaixadora terem sido divulgadas pela imprensa brasileira.

Os vídeos mostram as agressões à empregada, também filipina, durante um período de oito meses. Nos diferentes registros, a embaixadora desfere tapas e puxões de orelha e chega a atingi-la com um guarda-chuva.

A ex-embaixadora das Filipinas no Brasil Marichu Mauro - República das Filipinas/Reprodução

"Há regras a seguir. Se você desobedece, assume um risco. Se as coisas não vão bem, não te perdoarei", disse Duterte, sobre o caso.

Agora que foi demitida do ministério de Relações Exteriores, Mauro perderá os direitos à pensão e não poderá voltar a ocupar cargos públicos no país. Procurada pela agência de notícias AFP, ela não respondeu aos pedidos de notícia.

As imagens das câmeras de segurança, gravadas entre março e outubro de 2020, foram utilizadas para apoiar uma denúncia apresentada ao governo filipino contra a diplomata.

Mauro iniciou o trabalho no Brasil em abril de 2018, quando apresentou suas cartas credenciais ao então presidente Michel Temer. Além do Brasil, ela era responsável por representar os interesses de seu país na Colômbia, na Guiana, no Suriname e na Venezuela.

Imagens de câmera de segurança mostram Marichu Mauro agredindo empregada doméstica na residência diplomática, em Brasília - TV Globo/Reprodução

Antes de servir em Brasília, Marichu foi cônsul-geral das Filipinas em Milão, na Itália. Ela também esteve por seis anos em Bruxelas, onde trabalhou na representação de seu país junto à Bélgica e à União Europeia. No início de sua carreira, ocupou postos no Bahrein e em Israel.​

Milhões de filipinos trabalham no exterior como empregados domésticos —o dinheiro enviado a suas famílias representa uma parte importante do PIB (Produto Interno Bruto) do país.

Os casos de abusos físicos e psicológicos, porém, são frequentes e os trabalhadores sofrem em condições difíceis e perigosas.

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