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EUA preparam ações para evitar ataque militar russo contra Ucrânia, diz Biden

Ministro da Defesa ucraniano afirmou que 94 mil soldados russos foram deslocados para fronteira

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Kiev | Reuters

Os Estados Unidos vão tomar ações "abrangentes e significativas" para dificultar ações do presidente russo, Vladimir Putin, contra a Ucrânia, afirmou o líder americano, Joe Biden, nesta sexta-feira (3), em meio ao aumento de tensões entre os dois países europeus e temor de um possível ataque russo.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, disse mais cedo que Moscou possui mais de 94 mil soldados reunidos perto da fronteira com o país e está preparando uma ofensiva militar provavelmente para o final de janeiro. Citando relatórios da inteligência, Reznikov afirmou ao Parlamento que a Ucrânia não provocaria a situação, mas estaria pronta para contra-atacar se Putin desse o primeiro passo.

Militar ucraniano monta guarda na pequena cidade de Marinka, perto da fronteira com a Rússia - 21.abr.21/AFP

A jornalistas Biden afirmou que os EUA preparam opções para evitar uma iniciativa militar russa. "O que estou fazendo é reunir o que acredito ser o conjunto mais abrangente e significativo de iniciativas para tornar muito, muito difícil para Putin fazer o que as pessoas estão preocupadas que ele vá fazer", disse o democrata, acrescentando que os EUA estão em "contato constante" com a Ucrânia e aliados europeus.

A Ucrânia e os parceiros do país na Otan, a aliança militar ocidental, soaram há meses o alarme sobre a movimentação de tropas russas perto da fronteira, com a possibilidade do agravamento do conflito. Os EUA disseram, em novembro, que Putin estaria pronto para invadir o país do leste europeu quando quiser.

Kiev tem pleiteado com a União Europeia (UE) e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, a imposição de sanções econômicas severas à Rússia, na tentativa de desencorajar um ataque.

O Conselho Europeu, que reúne os 27 países-membros do bloco, aprovou na quinta-feira (2) um pacote de 31 milhões de euros (R$ 198 milhões) para ajudar o governo do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, a potencializar a segurança do país. O dinheiro, segundo o Ministério das Relações Exteriores ucraniano, será gasto com suprimentos médicos, cibersegurança e logística.

Durante reunião nesta quinta com o chanceler russo, Sergei Lavrov, em Estocolmo, na Suécia, Blinken alertou Moscou sobre os "graves custos" com os quais a Rússia teria que lidar caso invadisse a Ucrânia, instando o país a buscar uma saída diplomática para o conflito.

Já Lavrov, segundo relatos da diplomacia russa, pediu a Washington "garantias de segurança a longo prazo" em suas fronteiras e, principalmente, o compromisso de que a Otan não incorpore a Ucrânia a seu quadro de membros —os ucranianos querem fazer parte do clube militar, o que é inaceitável para a Rússia.

Kiev alega que a Rússia não tem o direito de bloquear os laços mais estreitos do governo ucraniano com a Otan e que as movimentações de Moscou nesse sentido não teriam legitimidade. "Quaisquer propostas da Rússia para discutir garantias de que a aliança não se expandiria para o leste europeu são ilegítimas", disse o titular da pasta de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba.

Nos bastidores, autoridades de EUA e Rússia tentam organizar um encontro entre Biden e Putin, por videochamada. A data da possível reunião ainda não foi divulgada.

O Kremlin acusa os EUA e a Ucrânia de alarmarem a comunidade internacional com alegações falsas sobre as intenções russas. Ainda que negue o objetivo de invadir o país vizinho, diz que as chances de um novo conflito no leste da Ucrânia continuam altas em razão das ações provocativas de Kiev.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse em teleconferência na quinta que Moscou estava preocupada com a possibilidade de um movimento militar ucraniano no leste do país, algo que Kiev nega ter planejado.

A relação entre a Ucrânia, uma ex-república​ soviética, e a Rússia ruiu de vez em 2014, quando Putin, reagindo ao golpe que derrubou o governo pró-Moscou em Kiev, anexou a região da Crimeia e deu início a uma guerra civil que fez do leste ucraniano um território dominado por separatistas. Calcula-se que cerca de 14 mil pessoas tenham morrido nos combates desde então.

Neste ano, Putin fez concentrações e exercícios militares na fronteira, assustando o Ocidente, para dissuadir o governo ucraniano de uma ação de retomada das áreas rebeldes.

Já a Ucrânia recebeu uma grande remessa de munições dos EUA e de mísseis Javelin no início do ano, gerando críticas de Moscou e aumentando a tensão na região. Ainda que no momento inexistam exercícios militares anunciados, especialistas veem na mobilização de divisões blindadas uma ameaça de invasão para os meses mais frios do ano, quando o terreno fica congelado e é mais facilmente transposto.

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