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Síria concorda em abrir passagens a regiões rebeldes para entrega de ajuda; mortes chegam a 37 mil

Novos corredores devem facilitar envio de suprimentos a regiões controladas por opositores de Assad

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Damasco | AFP e Reuters

Uma semana após o terremoto que matou mais de 37 mil pessoas na Síria e na Turquia, a ditadura de Bashar al-Assad concordou nesta segunda-feira (13) com a abertura de passagens na fronteira com o país vizinho para o transporte de ajuda humanitária a áreas que estão fora do controle do regime.

O acordo foi intermediado pelas Nações Unidas, tem validade de três meses e reabre trechos da fronteira entre os dois países, fechada desde 2011, quando as relações diplomáticas foram rompidas depois da explosão da guerra civil —o conflito levou milhões de sírios a buscarem refúgio na Turquia.

Homem anda sob escombros em local onde ficava sua casa na cidade de Jableh, na Síria - Yamam al Shaar - 12.fev.23/Reuters

Até então, o único ponto de acesso a áreas dominadas por rebeldes no nordeste da Síria era a passagem Bab al Hawa, criada em resposta a uma resolução da ONU e definida por Damasco como uma violação à soberania síria. Nos próximos dias, dois novos corredores serão abertos, de acordo com o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, que não informou a data precisa.

"A abertura desses pontos certamente permitirá que a ajuda entre mais rapidamente", disse o chefe da ONU. "À medida que o número de vítimas aumenta, é de extrema urgência fornecer alimentos, medicamentos, proteção, roupas de inverno e outros suprimentos para salvar vidas."

Mais cedo, Assad se reuniu em Damasco com Martin Griffiths, coordenador de ajuda emergencial da ONU. O ditador pediu mais auxílio internacional para reconstruir as regiões destruídas pelo terremoto. Enquanto várias nações enviaram equipes para as operações de assistência na também arrasada Turquia, onde a contagem de mortes ultrapassou 31,6 mil, a mesma oferta não foi vista no território sírio.

A Síria está isolada internacionalmente desde o início da guerra civil provocada pela repressão violenta a uma revolta popular contra o regime, cenário que dificulta os esforços para levar ajuda a vítimas do sismo.

Vários países, entre os quais EUA, Reino Unido, França, anunciaram a doação de recursos por meio de organizações humanitárias, mas sem qualquer diálogo com o regime. Nesta segunda, em nota, Assad destacou a "importância dos esforços internacionais" para ajudar na reconstrução da infraestrutura.

Além de conversar com o ditador, Griffiths, o coordenador de ajuda emergencial da ONU, também se reuniu em Damasco com o chefe da diplomacia síria, Fayçal Moqdad. Ele ainda viajou a Aleppo, cidade do norte do país onde o terremoto deixou mais de 200 mil pessoas desabrigadas. No total, mais de 5.700 pessoas morreram na Síria e 5,3 milhões de pessoas podem ficar desabrigadas, de acordo com a ONU.

Uma semana após o terremoto, ainda há sobreviventes presos nos escombros. Na Turquia, um menino de 12 anos foi resgatado nesta segunda na província de Hatay, 182 horas após o terremoto, segunda a imprensa local.

Os sobreviventes se deparam com situações duras que incluem falta de água e condições sanitárias precárias. Na cidade de Kahramanmaras, também na Turquia, foram montadas 30 mil tendas para acolher as pessoas que perderam suas casas. Há ainda 48 mil pessoas abrigadas em escolas e outras 11,5 mil alojadas em centros esportivos.

No sábado (11), a fronteira entre Turquia e Armênia, países que carregam longo histórico de conflitos, foi aberta pela primeira vez em 35 anos. Ao menos cinco caminhões com ajuda para as vítimas cruzaram o posto de Alican.

O terremoto de magnitude 7,8 atingiu os dois países na madrugada de segunda (6). O epicentro foi registrado em uma área já sensível a calamidades naturais, devido à região com alta concentração de eventos sísmicos, e humanas, em razão dos refugiados e deslocados internos pela guerra civil síria.

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