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Descrição de chapéu Partido Republicano

Ex-advogado de Trump é detido em caso de tentativa de roubar eleições nos EUA

Rudolph Giuliani é réu no mesmo processo em que o ex-presidente é acusado de tentar reverter vitória de Biden

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Atlanta | Reuters

O ex-advogado de Donald Trump Rudolph Giuliani compareceu a uma unidade prisional em Atlanta nesta quarta-feira (23) para ser acusado formalmente pela Justiça de tentar reverter o resultado das eleições de 2020 em favor do republicano no estado da Geórgia.

Rudolph Giuliani, ex-advogado de Donald Trump, fala à imprensa em frente ao Presídio do Condado de Fulton, em Atlanta, na Geórgia, após se apresentar formalmente à Justiça por caso em que é co-réu do republicano e outros 17 aliados do político - Chandan Khanna/AFP

De acordo com documentos judiciais, o ex-prefeito de Nova York foi ordenado a pagar uma fiança de US$ 150 mil (cerca de R$ 730 mil) para não permanecer detido. O valor é menor que os US$ 200 mil (R$ 970 mil) que Trump a princípio será obrigado a pagar, mas maior que o de US$ 100 mil (R$ 485 mil) definido para outra ex-advogada de Trump, Sidney Powell.

"Essa acusação é um ultraje", disse Giuliani a repórteres após se apresentar às autoridades. "É um ataque à Constituição."

Oito dos 19 réus do processo também já cumpriram o rito, segundo registros do condado. O próprio Trump, contra quem este é o quarto indiciamento na Justiça, anunciou que pretende se apresentar às autoridades na quinta-feira —os acusados têm até sexta-feira para fazê-lo.

O processo, movido pela procuradora Fani Willis, do condado de Fulton, na Geórgia, diz respeito às tentativas do ex-presidente de interferir no resultado eleitoral do estado, onde ele foi derrotado por Joe Biden por uma diferença de 0,02 ponto percentual. "Veja, tudo o que quero é isso: encontrar 11.780 votos, um a mais do que temos [de diferença]. Porque nós ganhamos a Geórgia", afirmou o republicano na hoje famosa ligação à principal autoridade eleitoral local, o secretário de Estado Brad Raffensperger.

A gravação da conversa veio a público em janeiro de 2021. O número pedido por Trump era o necessário para que ele ultrapassasse Biden no estado-pêndulo, como são chamados aqueles cuja preferência oscila entre democratas e republicanos.

O ex-presidente e seus aliados também afirmaram diversas vezes, sem provas, que houve uma fraude eleitoral no estado —alegação que o atual favorito à nomeação republicana para o pleito presidencial de 2024 continua a repetir ainda hoje.

Giuliani desempenhou um papel importante nos esforços de campanha de Trump para promover essas alegações falsas. No processo da Geórgia, ele é acusado de ter feito uma série de declarações inverídicas sobre fraude eleitoral, incluindo ao se comunicar com autoridades de outros estados, como Arizona e Pensilvânia, em uma tentativa fracassada de convencê-los a aprovar uma lista alternativa de integrantes do Colégio Eleitoral na certificação formal dos resultados do pleito no Congresso. Ele ainda é acusado de mentir sobre as eleições a legisladores da Geórgia.

Além do ex-advogado, um dos aliados mais conhecidos de Trump, outros quatro corréus também compareceram à Justiça nesta quarta-feira, todos advogados e também acusados de tentar reverter a derrota do ex-presidente nas urnas. São eles Jenna Ellis, Sidney Powell, Kenneth Chesebro e Ray Smith.

Na véspera, o ex-advogado de Trump John Eastman e o analista de pesquisas eleitorais republicano Scott Hall já haviam se apresentado formalmente às autoridades, enquanto os ex-líderes do Partido Republicano da Geórgia Cathy Latham e David Shafer foram detidos durante a noite.

Shafer, que foi chefe de gabinete da Casa Branca durante o governo Trump, e os ex-funcionários do Departamento de Justiça Mark Meadows e Jeffrey Clark entraram com petições para que seus casos sejam transferidos para um tribunal federal.

Trump se declarou inocente nos outros três casos judiciais em que é réu. Duas dessas acusações foram apresentadas pelo procurador especial Jack Smith, nomeado pelo Departamento de Justiça para investigar o ex-presidente, e correm em âmbito federal —elas dizem respeito ao papel desempenhado por Trump na invasão do Capitólio e à posse ilegal de documentos sigilosos após deixar o cargo.

O republicano também se declarou inocente em um caso em Manhattan em que é acusado de ter maquiado contas de campanha durante as eleições presidenciais de 2016 para pagar pelo silêncio de uma atriz pornô que alegava ter tido um caso com ele.

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