China instala barreira flutuante em área disputada com Filipinas e acirra tensões
Pequim ainda reivindica águas situadas em zonas econômicas exclusivas de Vietnã, Malásia, Brunei e Indonésia
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As tensões regionais no mar do Sul da China voltaram a se acirrar nesta segunda-feira (25), depois que Pequim posicionou uma barreira flutuante na zona econômica exclusiva das Filipinas. A estrutura, que tem cerca de 300 metros de comprimento, impede que os barcos de pesca filipinos tenham acesso a uma área conhecida como Scarborough Shoal.
A ação foi descrita por Manila como uma violação da legislação internacional. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do arquipélago afirmou que tomaria as "medidas apropriadas para proteger a soberania de nosso país e o sustento de nossos pescadores", declaração semelhante àquela do assessor de Segurança Nacional filipino, Eduardo Año.
Já a China afirmou por meio de um dos porta-vozes de sua chancelaria, Wang Wenbin, que sua guarda costeira havia apenas tomado "as medidas necessárias" de acordo com a lei para bloquear e afastar uma embarcação das Filipinas em uma área disputada.
A estrutura marítima foi identificada por órgãos filipinos na sexta-feira, durante uma patrulha de rotina, mas o governo só divulgou imagens dela no domingo. A barreira impede que os pescadores do país naveguem até um banco de areia chamado localmente de Bajo de Masinloc, de acordo com o Comodoro Jay Tarriela, porta-voz da guarda costeira.
Em uma entrevista de rádio transmitida nesta segunda, antes dos comentários do governo, Tarriela afirmou ter ouvido de pescadores filipinos que a guarda costeira chinesa em geral instala essas barreiras ao perceber um grande número de embarcações pesqueiras na área, mas depois as remove.
A China reivindica 90% do mar da China Meridional, sobrepondo-se às zonas econômicas exclusivas do Vietnã, Malásia, Brunei, Indonésia e Filipinas. Pequim já havia se apoderado do Scarborough Shoal em 2012, obrigando pescadores filipinos a viajar mais para obter capturas menores.
O conflito entre Pequim e Manila acontece menos de um mês após a China divulgar um novo mapa de suas fronteiras nacionais. Com traçado mais amplo, ele incorpora diversas áreas em disputa, aumentando as tensões regionais e gerando protestos de vizinhos do gigante asiático.
Em tom duro, Índia, Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietnã disseram que o documento não tem fundamento e acusaram Pequim de adotar uma postura expansionista com a reivindicação de regiões contestadas, incluindo o mar do Sul da China.
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