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Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Tanques de Israel avançam sobre principal cidade do sul de Gaza

Em nova fase da guerra, Tel Aviv intensifica bombardeios em Khan Yunis, onde palestinos se refugiaram dos ataques

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Gaza e Cairo | Reuters

Tanques de Israel avançaram neste domingo (10) em direção ao centro de Khan Yunis, principal cidade do sul da Faixa de Gaza e refúgio de muitos dos milhares de palestinos que fugiram do norte do território após um ultimato de Tel Aviv no começo da guerra, iniciada há dois meses.

Moradores disseram que os veículos chegaram à principal estrada norte-sul, no meio da cidade, após intensos combates durante a noite retardarem o avanço israelense a partir do leste. A oeste, aviões de guerra bombardeavam a área, na qual era possível ver grossas colunas de fumaça branca subindo.

Local que foi alvo dos ataques israelenses, em Khan Younis, fica em ruínas - Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Ao amanhecer, quem estava perto de uma delegacia de polícia no centro da cidade podia ouvir o constante ruído de tiros. As ruas estavam desertas, exceto por uma mulher idosa e uma menina andando em uma carroça puxada por um burro.

À agência de notícias Reuters, um pai de quatro filhos que fugiu da Cidade de Gaza, no norte, para Khan Yunis afirmou que ouviu tiros e explosões por horas, em uma das noites "mais terríveis" desde o início da guerra. Ele se recusou a ser identificado por medo de represálias.

Israel lançou o ataque à cidade esta semana, em uma nova fase do conflito iniciada após um cessar-fogo colapsar na sexta-feira passada (1º). De acordo com organizações internacionais de ajuda, a extensão dos combates para o sul deixou os 2,3 milhões de habitantes do território sem refúgio.

No local de uma casa em Khan Yunis destruída por bombardeios durante a noite, parentes dos mortos vasculhavam os escombros, atordoados. Durante a tentativa improvisada de resgate, conseguiram arrastar o corpo de um homem de meia-idade com uma camiseta amarela que estava sob as ruínas.

"Fizemos a oração da noite e fomos dormir, depois acordamos para encontrar a casa em cima de nós", disse Ahmed Abdel Wahab à Reuters. "As forças de defesa civil vieram e resgataram quem puderam, e isso é o que restou. Três andares acima desabaram e as pessoas estão embaixo."

O Exército de Israel alega ter bombardeado poços de túneis subterrâneos e atacado um grupo de atiradores palestinos preparando uma emboscada, mas não disse nada sobre qualquer avanço de tanques. O Jihad Islâmico diz que seus combatentes estavam lutando contra as forças israelenses na área. Ambos os lados também relataram intensos combates no norte da Faixa de Gaza, onde Israel havia dito anteriormente ter tido sucesso.

A guerra que já matou quase 18 mil pessoas na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais, foi lançada por Tel Aviv após o Hamas, que governa o território desde 2007, atacar o sul de Israel no dia 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e fazendo 240 reféns. O número de mortes do lado palestino deixou de incluir o norte de Gaza, fora do alcance das ambulâncias e onde os hospitais colapsaram.

Segundo a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), quase 85% dos 2,3 milhões de pessoas que moram no denso território palestino foram deslocados, muitas vezes fugindo mais de uma vez apenas com os pertences que podem carregar. Israel diz que está fazendo o que pode para protegê-los, mas até seu aliado mais próximo, os Estados Unidos, diz que Tel Aviv não cumpriu as promessas de reduzir o sofrimento de civis.

Menino palestino, ferido, chora durante funeral de familiares mortos em ofensiva de Israel sobre Khan Yunis, na Faixa de Gaza - Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Impasse nas negociações

O grupo terrorista Hamas afirmou neste domingo (10) que nenhum dos reféns sequestrados durante o ataque no sul de Israel no dia 7 de outubro sairá vido da Faixa de Gaza sem negociação.

"Nem o inimigo fascista e sua liderança arrogante, nem seus apoiadores, poderão recuperar seus prisioneiros vivos sem troca e negociação e sem cumprir as exigências da resistência", disse Abu Obeida, porta-voz do movimento palestino, na televisão.

"Não temos outra opção senão lutar contra esse ocupante bárbaro em cada bairro, rua e beco", continuou. "O holocausto do inimigo pretende quebrar a força de nossa resistência (...), mas estamos travando uma batalha sagrada em nossa terra."

No final de novembro, um acordo de cessar-fogo de uma semana permitiu que 105 sequestrados pelos terroristas fossem libertados em troca de 240 prisioneiros palestinos nas mãos de Israel. Segundo Tel Aviv, 137 reféns ainda estão em território palestino.

O Qatar, principal mediador entre as duas partes, afirma que os esforços por uma nova trégua continuam, mas adverte que os contínuos bombardeios israelenses reduzem as chances de sucesso.

Por sua vez, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse aos combatentes do Hamas que se rendam. Segundo ele, nos últimos dias, dezenas de integrantes do grupo terrorista se entregaram às forças israelenses.

"Deponham as armas e se entreguem a nossos heróicos soldados. Isso levará tempo. A guerra continua, mas é o começo do fim do Hamas", afirmou Netanyahu em um comunicado. "Digo aos terroristas do Hamas: acabou, rendam-se agora."

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