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É falso que Israel cancelou contrato para fornecimento de aparelho contra o câncer depois de fala de Lula

Ministério da Saúde e Inca afirmam que nunca houve acordo citado em post viral entre os dois países

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São Paulo

É falso que Israel tenha cancelado contratos de exportação na área da saúde com o Brasil após o presidente Lula (PT) ter feito um paralelo entre a guerra na Faixa de Gaza e o Holocausto. Postagens citam a venda de um suposto aparelho que detectaria câncer de mama e de próstata precocemente, mas, como verificado pelo Comprova, os contratos nunca existiram. A publicação também diz que os acordos teriam sido firmados em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que a tecnologia chegaria ao país a partir de agosto deste ano.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde negou que haja qualquer contrato de importação de equipamento para tratamento oncológico com o governo de Israel. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) também reafirmou a inexistência de acordo em vigor entre a instituição e empresas israelenses para a compra de dispositivos de tratamento de câncer de mama e de próstata. "As alegações de cancelamento de contrato são infundadas e foram categorizadas como informações falsas", destacou o instituto sobre o post, verificado pelo Comprova.

O presidente Lula discursa em cúpula da União Africana, na Etiópia - Ricardo Stuckert - 17.fev.24/Divulgação Presidência da República via AFP

Além disso, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, o aparelho supostamente criado por Israel mencionado na publicação não existe. "O câncer de mama é uma doença complexa que envolve a multiplicação descontrolada de células anormais. Detectar o câncer a partir da primeira célula é um desafio científico e tecnológico que ainda não foi atingido", destacou a entidade

O post afirma que a transação teria sido desfeita pela gestão israelense em 21 de fevereiro de 2024. O conteúdo sugere que o suposto rompimento do contrato teria sido motivado pelas declarações de Lula em uma entrevista coletiva em Adis Abeba, capital da Etiópia, em 18 de fevereiro, quando falou, sem citar a palavra "Holocausto": "Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus". O post faz isso ao utilizar uma imagem com a hashtag NaziLula e uma suástica nazista, formada por vários "L", em alusão ao nome do chefe de Estado.

Falso, para o Comprova, é todo conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por O Dia e Estado de Minas e publicada em 29 de fevereiro pelo Comprova, coalizão que reúne 42 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, UOL, Estadão e Imirante.

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