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Biden anuncia plano para reformar Suprema Corte e extinguir cargo vitalício de juízes do tribunal

Democrata pretende também anular decisões como a que concedeu imunidade a Trump por crimes cometidos na Presidência; aprovação no Legislativo, porém, é improvável

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Washington

A menos de seis meses de deixar a Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (29) um plano para reformar a Suprema Corte que busca limitar o mandato vitalício dos magistrados e impor um código ético, um projeto ambicioso em seus últimos meses de mandato.

Biden, 81,vai discursar em defesa de uma revisão constitucional para anular a recente decisão que a Suprema Corte, com maioria de juízes conservadores, adotou em relação a Donald Trump.

O tribunal concedeu em julho uma ampla imunidade ao ex-presidente republicano, que enfrenta vários processos e está em campanha para retornar à Presidência nas eleições de novembro.

O presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca após chegar no Marine One em Washington, EUA; ele anunciou planos para reformar a Suprema Corte - Kevin Mohatt - 28.jul.24/Reuters

A Casa Branca indicou que tanto Biden, que se retirou da corrida presidencial após questionamentos sobre sua capacidade física e mental, quanto a vice-presidente Kamala Harris, virtual candidata dos democratas à Presidência, querem trabalhar com o Congresso neste plano.

Biden se absteve por muito tempo dos apelos para negociar com o Congresso uma reforma da corte máxima, composta por nove juízes nomeados vitaliciamente e que atualmente tem seis magistrados conservadores, três deles nomeados por Trump

O tribunal emitiu outras decisões polêmicas, como a anulação em 2022 da decisão de 1973 que permitia o direito ao aborto em nível federal, bloqueou medidas de controle de armas, diminuiu os direitos LGBTQIA+ e também enfrenta um escândalo sobre a probidade dos juízes.

Em pronunciamento que deve fazer ainda nesta segunda, em Austin, no Texas, espera-se que Biden argumente que o atual sistema de nomeações vitalícias para juízes do Supremo Tribunal confere ao presidente uma influência indevida durante décadas.

Esse será o primeiro compromisso público de Biden desde que anunciou sua decisão de encerrar sua campanha presidencial na semana passada. Seu discurso comemorará o 60º aniversário da Lei dos Direitos Civis, cuja efeméride ocorreu em 1º de julho.

Ele deverá propor um processo no qual quem estiver à frente da Casa Branca indicaria um nome a cada dois anos para passar 18 anos no tribunal.

O prazo de validade para o mandato dos juízes "busca limitar a possibilidade de que uma Presidência imponha uma influência indevida nas gerações futuras", indicou Biden em um comunicado.

Também propõe um código ético que seja vinculante, cuja aplicação seja garantida e semelhante ao aplicado aos juízes do circuito judicial federal.

Biden chamou a decisão da corte de dar imunidade relativa a Trump de "precedente perigoso". Segundo ele, a posição do tribunal dá a entender "que praticamente não há limites para o que um presidente pode fazer". Mas uma emenda constitucional limitando essa decisão enfrentaria desafios, exigindo votos de dois terços no Congresso ou em uma convenção convocada por dois terços dos estados, seguido pela ratificação por três quartos das legislaturas estaduais.

Trump criticou as ideias de Biden nas redes sociais neste mês, acusando-o e aos democratas de "tentar desesperadamente 'Jogar o Juiz' ao pedir um ataque ilegal e inconstitucional à nossa sagrada Suprema Corte dos Estados Unidos."

O projeto tem poucas chances de ser aprovado pelo Congresso. Os democratas têm maioria no Senado, mas os republicanos dominam a Câmara.

Steven Schwinn, especialista em direito na Universidade de Illinois em Chicago, disse à AFP que Biden tem "quase zero" chances de que seu plano seja aprovado e que provavelmente busca "sensibilizar a opinião pública" e levantar o tema da Suprema Corte como uma questão eleitoral.

Com The New York Times e AFP

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