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Biden ordena revisão de segurança em comício de Trump após críticas contra Serviço Secreto

Agências de segurança estão sob questionamento por atirador ter conseguido efetuar disparos contra ex-presidente

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Rio de Janeiro

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (14) que ordenou uma revisão independente do esquema de segurança do comício em que Donald Trump foi alvo de um atirador no sábado.

O ex-presidente foi ferido na orelha, mas foi retirado do palco por agentes e passa bem.

Uma pessoa que estava no comício, Corey Comperatore, 50, morreu em meio ao ataque, no entanto. Além dele, outras duas ficaram feridas em estado grave —David Dutch, 57, e James Copenhaver. O suposto atirador também foi morto, este pelas próprias forças de segurança.

De acordo com Biden, adversário de Trump nas eleições presidenciais deste ano, a apuração será necessária para "determinar exatamente o que ocorreu", e as suas conclusões serão compartilhadas com o público americano.

O presidente dos EUA, Joe Biden, realiza declarações no dia seguinte ao atentado a tiros contra o ex-presidente Donald Trump. - Reuters

Em um breve pronunciamento na Casa Branca, Biden também afirmou que determinou que o Serviço Secreto dos EUA fizesse uma revisão das medidas previstas para a Convenção Nacional do Partido Republicano, que começa nesta segunda (15) na cidade de Milwaukee, no estado de Wisconsin.

"Tenho sido consistente nas minhas orientações ao Serviço Secreto para dar a ele [Trump] todos os recursos, capacidades e medidas de proteção necessárias para garantir a continuidade da sua segurança", declarou Biden.

Os anúncios se dão em um momento em que o Serviço Secreto enfrenta questionamentos acerca de supostas falhas na segurança que teriam permitido que os disparos contra Trump fossem efetuados.

O órgão foi o responsável pela avaliação prévia de segurança, organização do esquema e supervisão da área, além de ter coordenado o esforço com outras agências, como as polícias estadual e local.

Nenhum porta-voz do Serviço Secreto participou da coletiva de imprensa realizada na cidade onde ocorreu o crime, Butler, na madrugada de domingo. Coube ao FBI, a polícia federal americana, e à polícia estadual responder às perguntas dos jornalistas.

"Não vamos fazer essa avaliação nesse momento", respondeu Kevin Rojek, agente do FBI responsável pelo escritório de Pittsburgh, cidade próxima do palco do crime, ao ser questionado se houve uma falha do sistema de segurança. "Há uma investigação em curso", completou.

"Estamos trabalhando na avaliação do aparato montado. Vai ser uma longa investigação sobre o indivíduo, como ele teve acesso ao local, o armamento usado", seguiu Rojek. Questionado se é surpreendente o atirador ter conseguido disparar contra o ex-presidente, o agente respondeu que sim.

No domingo (14), o Serviço Secreto dos EUA negou ter recusado proteção adicional a Trump antes do evento na Pensilvânia. O porta-voz do serviço, Anthony Guglielmi, disse na rede X que esse tipo de afirmação contra a entidade é "absolutamente falso" e acrescentou que a agência tem "adicionado recursos de proteção, tecnologia e capacidades" novas à medida que avança a campanha para as eleições presidenciais de novembro.

Em paralelo a isso, um comitê da Câmara dos Representantes —liderada pelos republicanos— anunciou que pretende chamar a diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, para testemunhar em uma audiência em 22 de julho. "Os americanos exigem respostas sobre a tentativa de assassinato do presidente [sic] Trump", afirmou o comitê em nota.

O tenente-coronel George Bivens, da Polícia Estadual da Pensilvânia, disse que havia cerca de 30 a 40 policiais no local antes dos disparos. Não se sabe quantos agentes do Serviço Secreto estavam lá.

"Em defesa deles [o Serviço Secreto] é incrivelmente difícil ter um lugar aberto ao público e garantir a segurança contra um atirador determinado. A investigação vai nos dar a oportunidade para ver se houve falhas e como fazer melhor no futuro", disse Bivens.

O tenente-coronel confirmou que a polícia recebeu denúncias de atividades suspeitas antes dos tiros serem disparados. Circulavam nas redes sociais relatos de pessoas afirmando que alertaram as autoridades de que tinham visto uma pessoa escalando um edifício com um fuzil.

Um entrevistado pela BBC disse que procurou a polícia para avisar ter visto a cena, mas que nada foi feito. Há ainda um vídeo de uma pessoa correndo em direção ao prédio onde o atirador estava posicionado tentando chamar a atenção da polícia de que havia alguém no telhado. É possível ver outras pessoas próximas do local.

A investigação está sendo liderada pelo FBI em parceria com as polícias estadual e local. A tentativa de assassinato de Trump, um ex-presidente, é um crime federal e está sob jurisdição da polícia federal americana; os crimes contra as outras três vítimas estão sob jurisdição estadual.

Na coletiva, as autoridades divulgaram canais para envio de informações e pistas por canais virtuais e por telefone. Como havia um grande número de pessoas gravando o evento com o celular, esse material é visto como essencial para a investigação.

Ainda no domingo, durante a fala na Casa Branca, para onde Biden voltou antecipadamente de uma viagem no sábado em razão dos ataques, disse que os americanos precisam "se unir como uma nação". Ele condenou a violência política, o que já tinha feito em duas ocasiões na véspera, e pediu ao público que evitasse especular sobre os motivos do atirador e deixasse o FBI fazer o seu trabalho de investigação.

O presidente americano disse ainda que faria um novo pronunciamento neste domingo.

"Não há lugar na América para esse tipo de violência, ou para qualquer tipo de violência. Uma tentativa de assassinato é contrária a tudo o que acreditamos enquanto nação —tudo", disse.

Com Reuters

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