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Segurança de Trump é questionada após ataque; veja vídeo em que atirador é morto

Ex-presidente foi ferido em comício por um atirador posicionado em um telhado

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Washington

O esquema de segurança em torno de Donald Trump tornou-se alvo de questionamentos após o ex-presidente ser ferido por um atirador localizado nas proximidades de um comício em Butler, na Pensilvânia, no sábado (13).

O principal alvo é o Serviço Secreto, responsável pela avaliação prévia de segurança, organização do esquema e supervisão da área, coordenando outras agências, como as polícias estadual e local.

Donald Trump é escoltado por agentes do Serviço Secreto - REBECCA DROKE/AFP

Nenhum porta-voz do órgão participou da coletiva de imprensa realizada em Butler na madrugada de domingo. Coube ao FBI, a polícia federal americana, e à polícia estadual responder as perguntas dos jornalistas.

"Não vamos fazer essa avaliação nesse momento", respondeu Kevin Rojek, agente do FBI responsável pelo escritório de Pittsburgh, cidade próxima do palco do crime, ao ser questionado se houve uma falha do sistema de segurança. "Há uma investigação em curso", completou.

"Estamos trabalhando na avaliação do aparato montado. Vai ser uma longa investigação sobre o indivíduo, como ele teve acesso ao local, o armamento usado", seguiu Rojek. Questionado se é surpreendente o atirador ter conseguido disparar contra o ex-presidente, o agente respondeu que sim.

Imagem de satélite da área onde foi realizado o comício de Donald Trump em Butler, na Pensilvânia - Maxar Technologies/via REUTERS

Neste domingo (14), segundo informações da AFP, o Serviço Secreto dos EUA negou ter recusado proteção adicional a Trump antes do evento na Pensilvânia.

O porta-voz do serviço, Anthony Guglielmi, disse na rede X que esse tipo de afirmações contra a entidade são "absolutamente falsas" e acrescentou que a agência tem "adicionado recursos de proteção, tecnologia e capacidades" novas à medida que avança a campanha para as eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos.

Em paralelo a isso, um comitê da Câmara dos Representantes —liderada pelos republicanos— anunciou que pretende chamar a diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, para testemunhar em uma audiência em 22 de julho.

"Os americanos exigem respostas sobre a tentativa de assassinato do presidente [sic] Trump", afirmou o comitê em um comunicado nas redes sociais.

O tenente-coronel George Bivens, da Polícia Estadual da Pensilvânia, disse que havia cerca de 30 a 40 policiais no local antes dos disparos. Não se sabe quantos agentes do Serviço Secreto estavam lá.

"Em defesa deles [o Serviço Secreto] é incrivelmente difícil ter um lugar aberto ao público e garantir a segurança contra um atirador determinado. A investigação vai nos dar a oportunidade para ver se houve falhas e como fazer melhor no futuro", disse Bivens.

O tenente-coronel confirmou que a polícia recebeu denúncias de atividades suspeitas antes dos tiros serem disparados. Circulam nas redes sociais relatos de pessoas que afirmam que alertaram as autoridades de que tinham visto uma pessoa escalando um edifício com um fuzil.

Um entrevistado pela BBC afirmou que procurou a polícia para avisar ter visto a cena, mas que nada foi feito. Há ainda um vídeo de uma pessoa correndo em direção ao prédio onde o atirador estava posicionado tentando chamar a atenção da polícia de que havia alguém no telhado. É possível ver outras pessoas próximas do local.

O atirador foi morto por um sniper do Serviço Secreto poucos segundos após disparar a bala contra Trump.

Segundo o ex-presidente, o projétil perfurou a parte superior de sua orelha direita. Ele passa bem.

Uma pessoa foi morta pelo suspeito, afirmou Rojek, e outras duas estão gravemente feridas. As três vítimas são homens.

O suposto atirador foi identificado pelo FBI como Thomas Matthew Crooks, 20, um homem branco morador de Bethel Park, na Pensilvânia. Segundo registros eleitorais, ele era afiliado ao Partido Republicano, a sigla de Trump, e as eleições novembro seriam as primeiras nas quais ele teria idade o suficiente para votar em um pleito presidencial.

A motivação do crime ainda não foi determinada.

A investigação está sendo liderada pelo FBI em parceria com as polícias estadual e local. A tentativa de assassinato de Trump, um ex-presidente, é um crime federal e está sob jurisdição da polícia federal americana; os crimes contra as outras três vítimas estão sob jurisdição estadual.

Na coletiva, as autoridades divulgaram canais para envio de informações e pistas por canais virtuais e por telefone. Como havia um grande número de pessoas gravando o evento com o celular, esse material é visto como essencial para a investigação.

Não foi identificado até agora qualquer outro suspeito de participação no crime, mas Bivens afirmou que essa possibilidade não foi descartada.

Rojek disse que não tem informações sobre quantos tiros foram disparados e nem sobre os ferimentos de Trump.

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