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Trump diz a Netanyahu que eventual derrota republicana levaria à 3ª Guerra Mundial

Ex-presidente ainda aproveitou encontro em Mar-a-Lago para criticar fala de Kamala sobre guerra Israel-Hamas

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Palm Beach (EUA) | Reuters

Em encontro com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, nesta sexta-feira (26), Donald Trump afirmou que a eventual derrota de seu partido nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro poderia significar "uma Terceira Guerra Mundial".

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e sua esposa, Sara, são recebidos por Donald Trump no resort dele em Mar-a-Lago, na Flórida - via AFP

Ele voltou a creditar a escalada de tensões globais hoje —uma lista que inclui dois conflitos de grandes proporções, a Guerra da Ucrânia e a ocupação israelense da Faixa de Gaza— a uma suposta incompetência da administração Biden.

O ex-presidente disse que, se ganhar em novembro, "tudo será resolvido, e muito rapidamente". "Mas se não ganharmos, vamos acabar tendo grandes conflitos no Oriente Médio e talvez uma Terceira Guerra Mundial", completou.

Trump ainda aproveitou o encontro, realizado em seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida, para condenar as críticas que a vice-presidente americana, Kamala Harris —sua potencial adversária nas urnas em novembro—, tinha feito a Israel na quinta (25), logo depois de uma aguardada reunião com Netanyahu em Washington.

Nela, Kamala teria dito que não ficaria em silêncio em relação à crise humanitária na faixa palestina. "Israel tem o direito de se defender. Mas como isso é feito importa. Deixei claras minhas grandes preocupações com a gravidade da situação lá", afirmou a vice a jornalistas após a reunião com o líder israelense.

Autoridades palestinas ligadas ao grupo terrorista Hamas estimam que mais de 39 mil pessoas tenham morrido em decorrência dos enfrentamentos, iniciados nove meses atrás.

"Os comentários dela foram desrespeitosos", disse Trump nesta quinta. "Realmente não sei como uma pessoa que é judia poderia votar nela. Mas isso é com elas". O marido da vice-presidente, Douglas Emhoff, é judeu.

Se as declarações de Kamala sobre Israel pareciam ter como alvo os eleitores que votam no Partido Democrata, mas estão indecisos em relação ao pleito deste ano devido ao apoio do governo Biden a Israel, ao se reunir com o premiê israelense, Trump aparentemente buscava reforçar sua união com os evangélicos brancos, uma parcela dos americanos que ainda vota majoritariamente nele, mas na qual o republicano perdeu influência desde 2020 de acordo com as sondagens.

Já para Netanyahu, que esteve em Mar-a-Lago ao lado da esposa, Sara, a aproximação com Trump parece ser uma aposta na obtenção de um acordo de cessar-fogo mais favorável aos israelenses do que o atual, intermediado pelo governo democrata, caso o republicano vença.

Um indício disso seria uma fotografia ao lado de Trump que Bibi, como o premiê é conhecido, publicou no seu perfil no X nesta sexta. Nela, o premiê aparece segurando um boné com as palavras "vitória total" —uma referência à sua promessa de erradicar completamente o grupo terrorista Hamas de Gaza. A estratégia é criticada pela administração Biden, entre muitos outros, por sua falta de pragmatismo, ainda mais em um cenário de devastação como o visto no território palestino hoje.

Além disso, Netanyahu provavelmente espera que, sob Trump, Israel enfim consiga seu tão sonhado acordo de normalização com a Arábia Saudita. Foi, afinal, graças aos Acordos de Abraão, intermediados pelo republicano, que Tel Aviv firmou relações com quatro países árabes —Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Sudão.

A cerimônia de assinatura dos tratados, realizada na Casa Branca em setembro de 2020, tinha sido a última vez em que os líderes haviam se reunido. Desde então, a relação entre os dois tinha esfriado. Trump afirmou estar decepcionado com Bibi e o acusou de tê-lo traído porque o líder israelense ligou para Biden para parabenizá-lo por sua vitória nas eleições em 2020 —o empresário afirma, sem ter provas, que o pleito foi roubado.

Mais recentemente, Trump criticou Netanyahu pelas falhas de segurança durante a incursão do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro passado. O ataque, que deixou cerca de 1.200 mortos, foi o estopim para a ocupação israelense em Gaza.

Nesta sexta, porém, Trump negou quaisquer tensões com o premiê israelense. "Sempre mantivemos uma ótima relação", disse a jornalistas.

Esta foi a primeira viagem oficial de Netanyahu aos EUA desde que ele foi reconduzido ao cargo de premiê, em dezembro de 2022. Seus desentendimentos com Biden datam praticamente desde então, o que colaborou para que o americano demorasse mais de seis meses para convidar o israelense para uma ida à Casa Branca.

Netanyahu aterrissou em solo americano na segunda-feira (22). Além dos encontros com Trump e com Kamala, ao longo da semana ele ainda se reuniu com o próprio Biden e discursou ao Congresso americano.

Sua visita se dá após duas semanas de grandes reviravoltas em Washington, período que incluiu a tentativa de assassinato de Trump em um comício, o anúncio da desistência de Biden e a consolidação de Kamala como principal candidata para concorrer à Presidência pelos democratas.

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