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Descrição de chapéu Bolívia América Latina

Indígenas pró-Evo bloqueiam estradas contra governo Arce na Bolívia

Manifestantes querem renúncia de presidente e novas eleições; ex-aliados travam disputa interna por controle do partido

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São Paulo

Indígenas apoiadores do ex-presidente da Bolívia Evo Morales bloquearam uma rodovia próxima ao Lago Titicaca nesta segunda-feira (16) e anunciaram uma semana de protestos contra o governo do presidente Luis Arce, ex-aliado de Evo.

Os manifestantes bloquearam a estrada, que é administrada em conjunto pela Bolívia e pelo Peru, com pedras e terra em cinco pontos em direção ao lago, de acordo com um comunicado de La Paz. Não houve confrontos com a polícia.

Indígenas bolivianos bloqueiam rodovia com pedras e a caveira de um animal durante protesto contra o governo Arce em Huarina, na Bolívia - Aizar Raldes - 16.set.24/AFP

David Mamani, um dos líderes indígenas responsáveis pelo protesto, disse a jornalistas que o movimento busca a renúncia de Luis Arce "por ser incapaz, incompetente, corrupto e por desviar nossos recursos econômicos".

Os manifestantes também pedem a convocação de novas eleições presidenciais —o próximo pleito está marcado para agosto de 2025. Evo também convocou marchas até La Paz a favor de sua candidatura a reeleição —a princípio, a lei o impede de concorrer novamente. Evo governou a Bolívia de 2006 a 2019, quando foi forçado a deixar o país pelos militares depois de vencer um quarto mandato.

Arce e Evo travam uma ferrenha disputa por controle do partido governista, o MAS (Movimento ao Socialismo), dominado pelo ex-presidente por muitos anos. Ex-ministro da Economia e escolhido a dedo por Evo para sucedê-lo e disputar as eleições de 2020, Arce se distanciou do seu padrinho político com a tentativa do ex-presidente de concorrer novamente ao cargo em 2025 como candidato do MAS.

Arce ainda não fez um anúncio formal, mas sua candidatura à reeleição já é dada como certa no meio político do país.

O racha entre os dois piorou depois da tentativa de golpe militar na Bolívia em junho deste ano. O general por trás da quartelada, Juan José Zúñiga, havia sido removido do posto por Arce um dia antes de cercar o palácio presidencial com tanques por se manifestar contra um eventual retorno de Evo à Presidência e ameaçar o ex-presidente.

Quando a situação foi distensionada e o general, preso, Zúñiga afirmou ter agido a mando de Arce —o presidente nega. Evo disse na época estar convencido que a ação do general foi uma tentativa de autogolpe por parte de Arce para evitar seu retorno ao poder.

O presidente disse na segunda que os bloqueios e as marchas fazem parte de uma estratégia para realizar um golpe de Estado. Em resposta, Evo chamou Arce de "desesperado e confuso" e disse que os protestos refletem o descontentamento do povo com o governo.

Com AFP

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