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Pai de adolescente que matou 4 em ataque a tiros em escola nos EUA é preso

Genitor é acusado de ter permitido que filho de 14 anos tivesse acesso à arma utilizada no crime

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Atlanta (EUA) | Reuters

O pai do adolescente que matou quatro em um ataque a tiros em uma escola em Winder, no estado da Geórgia, foi preso nesta quinta-feira (5), dia seguinte ao atentado.

Ele é suspeito de ter permitido que o filho, que tem 14 anos, tivesse acesso à arma utilizada no crime, um fuzil semiautomático.

Pessoas observam memorial improvisado em escola em Winder, no estado da Geórgia, nos EUA, onde adolescente matou dois alunos e dois professores em ataque a tiros - Reuters

Segundo o The New York Times, o pai do atirador possuía ou já tinha possuído o mesmo modelo do equipamento utilizado pelo adolescente no ataque. Em agosto de 2022, quando a família foi despejada da casa em que morava, o equipamento foi listado entre as diversas armas de fogo encontradas em um armário da casa.

Não está claro, porém, como o adolescente obteve a arma do crime.

O menor compareceu perante um tribunal estadual para ser acusado oficialmente nesta sexta-feira (6). Sentado ao lado de seu advogado, com as mãos algemadas, ele não apresentou nenhuma defesa e respondeu a várias das perguntas do juiz Currie Mingledorff com acenos de cabeça.

O magistrado afirmou que ele pode enfrentar prisão perpétua se for condenado por um júri —antes, o juiz tinha dito que os crimes do adolescente eram passíveis de pena de morte, mas depois se corrigiu, dizendo que ele não era elegível para esse tipo de sentença por ter menos de 18 anos.

O pai do atirador deveria comparecer ao tribunal logo depois do filho. Ambos tinham sido interrogados em maio de 2023, depois que agentes do condado em que moravam receberam um aviso do FBI —a polícia federal americana— de que um usuário com um email associado ao adolescente tinha publicado uma mensagem no Discord em que ameaçava atacar uma escola.

Na época, o atirador negou ser autor da postagem, e a falta de evidências levou o caso a ser arquivado. Às autoridades, seu pai disse que tinha armas, mas que o filho só podia manuseá-las quando ele estava presente. Acrescentou ainda que estava ensinando o adolescente sobre caça para desviar sua atenção dos videogames, e que sempre enfatizava os perigos das armas de fogo.

As autoridades ainda não determinaram qual pode ter sido a motivação do adolescente para cometer este que foi o primeiro ataque a tiros em escola com diversas vítimas deste ano letivo nos Estados Unidos —as aulas na Apalachee High School, cenário do crime, tinham começado em 1º de agosto.

Os mortos no atentado tiveram suas identidades divulgadas nesta quinta. Enquanto os estudantes, ambos de 14 anos, eram Mason Schermerhorn e Christian Angulo, os professores eram Richard Aspinwall, de 39 anos, e Christina Irimie, 53.

Outros seis alunos e um professor foram baleados no incidente. Segundo o xerife do condado de Barrow, Jud Smith, nenhum deles corre risco de vida, e alguns inclusive já receberam alta.

A acusação contra o pai do atirador pode representar uma nova estratégia para tentar conter os ataques a tiros em escolas, frequentes nos EUA.

Em abril, o pai e a mãe de um adolescente que matou quatro colegas em uma escola no Michigan em 2021 foram sentenciados a penas de 10 a 15 anos de prisão por homicídio culposo após serem acusados de não impedir o acesso de seu filho às armas que tinham em casa e ignorar sinais de que ele apresentava sofrimento psicológico.

Foi a primeira vez que pais foram legalmente responsabilizados pelas ações de seus filhos em um ataque a tiros em uma escola no país. Segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA, cerca de 75% dos atiradores em colégios obtiveram suas armas em casa.

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