Superioridade federal
Atacadas por ministro, universidades ligadas ao MEC lideram de novo em qualidade
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Todo conhecedor do meio acadêmico sabe que, no Brasil, a qualidade do ensino superior se concentra nas universidades públicas, fato que novos dados corroboram.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC, apresentou outra batelada de estatísticas de avaliação de cursos de graduação em 2018. As notas de CPC (conceito preliminar de curso) vão de 1 a 5 e demonstram que as instituições federais compõem a nata do setor.
Esses estabelecimentos de ensino superior contam com 56,8% de cursos aos quais se atribuíram conceitos 4 e 5, considerados satisfatórios. Apenas 2,4% de suas graduações receberam notas na faixa de insuficiência, 1 e 2.
Abaixo das federais aparecem universidades privadas sem fins lucrativos, como as católicas, com 33,4% de cursos satisfatórios. Seguem-se entidades públicas estaduais (30,8%) e, por último, as privadas com fins lucrativos (28,4%).
Parte dessa distribuição se explica, com certeza, pelo fato de estabelecimentos públicos e PUCs figurarem entre as universidades mais antigas do país. Contaram, pois, com muitas décadas para acumular tradição e excelência.
No setor privado, em contrapartida, houve grande expansão recente. Em 1991, o segmento representava 61% das matrículas, contra 75% em 2018. Só de 2000 para cá, incorporou 4,6 milhões de estudantes de graduação.
Criaram-se milhares de cursos na explosão do Fies e do Prouni. Vários estavam mais voltados a demandas do mercado do que para a excelência mensurada pelo Inep.
Cursos e universidade particulares cumpriram a função que lhes coube, mas nunca ameaçaram a liderança acadêmica das instituições públicas. Essa evidência torna ainda mais incompreensível o ataque movido pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, contra a reputação das universidades que lhe cabe fomentar.
Não que faltem problemas —e grandes doses de corporativismo— nesses estabelecimentos, mas Weintraub reincide em vilipendiá-los como antros de drogados. Com tal exibição de preconceito vulgar, o ministro perde a credibilidade para conduzir um programa de reforma do ensino superior.
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