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Medo financeiro

Bancos centrais agem contra impactos da pandemia; governos precisarão gastar

Operadores na Bolsa de Nova York - AFP

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A consternação geral diante do avanço da Covid-19 tirou do centro das atenções comuns a situação crítica dos mercados financeiros da ainda principal economia do planeta, os Estados Unidos.

Mesmo quando está sob risco a sobrevivência de milhões de pessoas, o assunto não é lateral. Um aprofundamento do colapso das finanças daria impulso enorme a uma recessão global que já se anuncia.

Na semana que passou, o mercado de financiamentos de empresas, incluindo bancos, deu sinais de que poderia travar. Escasseava de modo crítico a oferta de crédito.

Nesse mercado, companhias tomam empréstimos de curto prazo para tocar suas operações, por meio de algo similar a notas promissórias. Entretanto poucos aceitavam comprar tais títulos. O mesmo se passava com os papéis imobiliários, por meio dos quais se busca dinheiro para financiar a compra de residências e terrenos.

Nessa praça, que movimenta trilhões por dia, empresas financeiras tomam empréstimos dando como garantia os títulos de dívida mais seguros e desejados do mundo, os do governo americano. Faltava, porém, quem quisesse ser contraparte dessas operações.

Quando muitos querem vender e poucos querem comprar, trate-se de mercadorias ou ativos financeiros, o preço cai. No segundo caso, isso quer dizer exatamente que a taxa de juros das operações sobe.

No mercado americano venderam-se em excesso até títulos de longo prazo do governo, o que não costuma ocorrer ao mesmo tempo em que se vendem ações em massa. Os investidores queriam apenas dinheiro ou títulos públicos de curtíssimo prazo e baixo risco.

Trata-se de medo. Não se sabe a profundidade da recessão por vir. O dólar escasseou no mundo inteiro, tanto que o banco central dos EUA, o Federal Reserve, passou a emprestar sua moeda a taxa quase zero para seus pares pelo planeta.

A crise foi atenuada quando o Fed também ofereceu crédito a empresas financeiras. São providências extraordinárias, vistas apenas na grande crise que explodiu em 2008 e afetou todo o mundo.

A situação ainda é grave e pode se deteriorar conforme a estimativa de parada da economia global. Os bancos centrais sinalizaram que vão agir contra os piores efeitos da turbulência. Mas os governos também precisarão gastar para atenuar o colapso do setor real.

​editoriais@grupofolha.com.br

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