Siga a folha

Descrição de chapéu

Dossiê obscuro

Ministério da Justiça deve explicar por que monitora policiais antifascistas

O ministro da Justiça, André Mendonça, no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 29.abr.20/Folhapress

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha deixado nas últimas semanas a prática de ataques públicos a instituições e adversários políticos, amplos setores de seu governo prosseguem no fomento da polarização e do conflito ideológico.

Assim o exemplifica a revelação do UOL de que o Ministério da Justiça deflagrou, no mês de junho, ação sigilosa para monitorar um grupo de 579 servidores federais e estaduais da área de segurança identificados como participantes de um “movimento antifascista”.

Além desses funcionários, o dossiê inclui quatro acadêmicos, entre eles o ex-secretário de Direitos Humanos do governo Fernando Henrique Cardoso, Paulo Sérgio Pinheiro, desde 2011 presidente da comissão internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) voltada à República Árabe da Síria.

A produção de um dossiê com nomes, endereços em redes sociais e, em alguns casos, fotografias coube à Secretaria de Operações Integradas (Seopi), uma das cinco secretarias subordinadas ao ministro André Mendonça.

O titular da pasta, como se sabe, foi nomeado por Bolsonaro em abril para substituir Sergio Moro, que deixou o cargo ao se declarar coagido a interferir no comando da Polícia Federal —que investiga parentes e aliados do mandatário.

Mendonça, que ao tomar posse no cargo identificou o presidente como um “profeta na luta contra a criminalidade”, não parece ter maiores pruridos quando se trata de agradar ao chefe.

O documento preparado pelo ministério foi encaminhado a diversos organismos da esfera pública, entre os quais a Polícia Federal, o Centro de Inteligência do Exército (CIE), a Polícia Rodoviária Federal, a Casa Civil e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A reportagem despertou a reação de setores da sociedade, forças políticas e instituições. Já há solicitações para que o ministro deponha no Congresso, procedimentos em curso no Ministério Público Federal e pedido ao Supremo Tribunal Federal para que investigue o caso e mantenha a guarda provisória da documentação.

São respostas justificadas diante de uma iniciativa nebulosa e de aparência persecutória. Cabe ao ministro Mendonça prestar as explicações sobre os motivos que o levaram a investir em tal empreitada.

editoriais@grupofolha.com.br

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas