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Apesar do MEC

Ministro pede volta de aula presencial, que ocorre graças a estados e municípios

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, em pronunciamento

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Após mais de um ano de escolas fechadas pela pandemia, as redes estaduais vêm, felizmente, pondo em marcha um retorno paulatino das atividades presenciais.

Alguns estados já recebem alunos de forma escalonada há alguns meses, casos de São Paulo e Rio de Janeiro. Na grande maioria dos demais, a retomada foi anunciada para este ou o próximo mês.

Trata-se de um movimento que, embora ocorra com atraso, merece ser saudado. O Brasil, afinal, acabou se tornando um dos países que mais tempo permanece com as escolas cerradas —muito em razão, sublinhe-se, da desídia governamental no combate à infecção.

Levantamento feito em fevereiro pela Unesco mostrou que 80% das nações haviam retomado, de alguma forma, as aulas presenciais.

Não surpreende. Um período tão longo longe dos bancos escolares acarreta, como estudos vêm quantificando, prejuízos gravíssimos para os alunos, mormente os mais pobres. Ampla pesquisa com discentes paulistas revelou que, em 2020, os estudantes da rede pública aprenderam em média um quarto do conteúdo esperado.

Outra pesquisa, esta em âmbito nacional, encomendada por Fundação Lemann, Itaú Social e Banco Interamericano de Desenvolvimento, mostrou que, da perspectiva dos pais, 40% dos estudantes não estavam motivados nem evoluindo na aprendizagem e, por isso, admitiam abandonar os estudos.

Muitos desses efeitos teriam sido mitigados, e mesmo a reabertura das escolas poderia ter ocorrido antes, se o Ministério da Educação tivesse cumprido seu papel.

Situa-se, pois, entre o oportunismo e o escárnio o pronunciamento do titular da pasta, Milton Ribeiro, conclamando a volta às aulas.

Omissa ao longo de toda a pandemia, o MEC abdicou da tarefa de coordenar a política nacional de educação, que lhe compete por lei.

Na prática, estados e municípios tiveram de enfrentar sozinhos os desafios de adaptar suas atividades para o ensino a distância, bem como de implementar protocolos de segurança e outras medidas necessárias para que as escolas fossem reabertas com segurança.

Caberia agora ao MEC liderar o crucial passo seguinte —a recuperação geral do aprendizado. É sintomático que, sobre isso, o ministro não tenha dito palavra.

editoriais@grupofolha.com.br

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