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Além da escola

Volta à normalidade do ensino em SP é bem-vinda, mas há que planejar aprendizado

Aula em escola estadual de São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

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O governo de São Paulo anunciou que todos os estudantes das redes estadual e privada de ensino devem voltar às salas de aula a partir da próxima semana —o que, obviamente, é desejável.

Importa saber agora, sobretudo, se vão ser adotadas as providências para fazer das escolas um ambiente seguro em termos sanitários —e para recuperar os danos de um ano e meio de interrupção das atividades escolares normais.

Os riscos de saúde diminuíram muito, embora a reabertura quase total de atividades sociais e econômicas ainda exija cautela. Os professores estão agora vacinados. Da população paulista com 12 anos ou mais, 72,4% haviam completado sua vacinação até terça (12).

Desde o início de setembro, morrem de Covid-19 em torno de três pessoas de 19 anos ou menos por semana no estado, todas menores de 1 ano ou com comorbidades. No junho terrível, eram ao menos dez. Ao longo da epidemia, morreram 0,003% das pessoas nessa faixa etária; acima de 70, foram 2%.

Cumpre considerar, de todo modo, que há escolas sem ventilação e infraestrutura física ou sanitária adequada. Problemas pedagógicos e de frequência são ainda maiores.

No Brasil, o número de crianças de 4 a 17 anos fora da escola passou de 1,1 milhão para 1,5 milhão de 2019 para 2020, segundo dados da pesquisa amostral do IBGE compilados em estudo do Unicef.

Além do mais, cerca de 3,5 milhões de estudantes não tiveram atividade escolar na semana anterior à da realização do levantamento, de novembro de 2020.

Novos hábitos se desenvolveram: alguns preferem o ensino a distância, outros tentam conciliar estudos com trabalho, afazeres domésticos ou maternidade precoce.

É preciso procurar esses jovens, não apenas esperar que voltem às escolas depois de ano e meio de experiências pessoais e pedagógicas traumáticas ou frustrantes. De tal tarefa devem participar também serviços de assistência, reforçados por campanha de matrículas.

Sem avaliação ampla, será ainda mais difícil recuperar o atraso no aprendizado, entender a saúde mental dos jovens e preparar programas de reforço e apoio. Na ausência desses planos e de outras atividades que reforcem a ligação dos alunos com a escola, pode haver evasão ainda maior.

A experiência forçada da educação básica a distância evidenciou a precariedade digital. Em pesquisa da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação com apoio do Unicef, de fevereiro, 48,7% das cidades registraram que seus estudantes tiveram muita dificuldade de acesso à internet.

O uso da rede tem de ser estudado em busca de melhor aprendizado e correção de iniquidades.

editoriais@grupofolha.com.br

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