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Escolha do presidente da Câmara expõe dano do radicalismo na política americana

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Kevin McCarthy, novo presidente da Câmara dos Representantes dos EUA - Olivier Douliery/AFP

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A chama da direita populista na política ocidental pode ter arrefecido, como atestam as derrotas eleitorais de Donald Trump e de cópias como Jair Bolsonaro (PL), mas está longe de ter se apagado.

Um dia antes de a turba bolsonarista atacar os símbolos do poder federal aqui, parlamentares extremistas americanos provocavam uma crise inaudita há 164 anos no Congresso dos Estados Unidos.

Foram necessárias nada menos que 15 votações para que Kevin McCarthy, deputado republicano da Califórnia, fosse confirmado na madrugada de sábado (7) como presidente da Câmara dos Representantes. Esperava-se que o partido conservador americano elegesse o parlamentar para o posto, até então ocupado pela democrata Nancy Pelosi, por aclamação.

Afinal, na eleição de novembro os republicanos não surfaram uma esperada onda vermelha, alusão à cor associada à sigla, porém retomaram o controle da Câmara das mãos do Partido Democrata do presidente Joe Biden, com 222 eleitos —218 constituem maioria.

Assim, a indicação de seu líder, um político astuto que aproximou-se e afastou-se com traquejo dos extremistas que deram as cartas na gestão Trump (2017-2021), parecia favas contadas. Não foi.

McCarthy acabou desafiado por cerca de 20 republicanos alinhados a um grupo herdeiro do movimento radical Tea Party, que nos anos 2010 lançou as bases da tomada daquela que já foi a mais influente legenda conservadora do Ocidente.

Bandeiras vistas nos tempos de Richard Nixon na Casa Branca foram alinhadas ao sentimento de antipolítica em alta no mundo, o que contribuiu para a vitória de Trump no pleito de 2016. Entretanto, assim como seu pupilo brasileiro, o populista perdeu a eleição, contestou seus resultados e viu seguidores fanatizados depredarem a sede do Legislativo.

O ex-presidente quer voltar ao poder, mas há forte concorrência de conservadores que integram o establishment político, como o governador Ron DeSantis (Flórida) —que pode aproveitar o desarranjo do partido para vender-se como seu salvador.

Para chegar ao cargo, McCarthy fez promessas aos radicais, o que talvez atrapalhe sua prioridade de transformar a vida de Biden num inferno congressual. Para os atordoados republicanos, é sinal da perenidade dos efeitos do extremismo legado por Trump e do longo caminho até alguma normalidade.

editoriais@grupofolha.com

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