Siga a folha

Descrição de chapéu
O que a Folha pensa LGBTQIA+

Orgulho punido

Repressão a parada LGBTQIA+ na Turquia é exemplo de obscurantismo que persiste

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Manifestante em frente a policiais durante repressão à parada LGBTQIA+, em Istambul (Turquia) - Kemal Aslan/AFP

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Mais de cem pessoas detidas: esse foi o saldo da repressão à última parada do orgulho LGBTQIA+ em Istambul, na Turquia, realizada no domingo (25). A censura ao movimento já estava anunciada.

No início do mês, durante seu discurso de reeleição, o presidente Recep Tayyip Erdogan comparou pessoas LGBTQIA+ a "pestes" e chamou-as de "pervertidas".

Na Turquia, a afronta às comunidades gay e trans não é novidade. Desde 2014, devido a uma manifestação com mais de 100 mil pessoas, a repressão tem sido mais comum, sob o pretexto de segurança.

Segundo o último relatório "Homofobia de Estado", da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais (ILGA, em inglês), de 2020, foram identificadas barreiras legais contra a liberdade de expressão sobre diversidade sexual e de gênero em 37% dos países da África, em 40% da Ásia, 8% da Europa e 3% na América Latina e Caribe.

O continente europeu é o mais avançado em relação aos direitos LGBTQIA+, mas há exceções principalmente nos países do leste, como a Turquia e a Rússia.

O Parlamento russo aprovou, em 2022, uma lei que veta realização de paradas e veiculação de conteúdo publicitário que mostre relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Na quarta (14), foram proibidas cirurgias de redesignação sexual e alteração de gênero em documentos de identificação.

Na Ásia, a China vem intensificando medidas homofóbicas. A parada do orgulho foi proibida em Xangai, e bares da comunidade gay e trans da cidade tiveram licenças cassadas. O Centro LGBT de Pequim foi fechado divido à proibição de doações do exterior e à censura de campanhas nas redes sociais.

Há ainda os casos extremos. De acordo com a ILGA, 68 de 193 países criminalizam relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Nenhum deles está na América do Norte ou na Europa. Mas a prática campeia em África (em 59% das nações), Ásia (52%), Oceania (43%) e América Latina e Caribe (27%).

Em abril, Uganda radicalizou sua legislação, ao estipular prisão perpétua para relações homossexuais e tornar ilegal o indivíduo que se identifique como homossexual.

No último século, o mundo indiscutivelmente avançou em proteção e direitos para pessoas LGBTQIA+. Contudo, em muitas regiões, ainda impera o obscurantismo moral —o que só demonstra a importância das paradas de orgulho.

editoriais@grupofolha.com.br

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas