Siga a folha

Descrição de chapéu
Natalia Paiva

Influenciadores e eleições

É ingenuidade achar que não serão relevantes no pleito do ano que vem

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Natalia Paiva

Diretora-executiva do Mover (Movimento pela Equidade Racial) e sócia-fundadora da Alandar Consultoria

Estamos tão acostumados no Brasil com a crescente participação de influenciadores no debate político que perdemos a noção do quão distintiva é essa influência. Opinando de tributação de ecommerce a demarcação de terras indígenas, são recebidos por ministros, fazem lives com a primeira-dama e sugerem artigos em projetos de lei. Isso não é comum em outros lugares do mundo.

O Brasil é um dos países onde mais se seguem influenciadores: 42%, ante média global de 22% (We Are Social). E eles estão cada vez mais vocais nas eleições, até para atender à demanda: 46% dos eleitores em 2022 acreditavam que criadores deveriam apoiar candidatos —número 12 pontos maior entre os eleitores de Lula (Genial/Quaest). No início do governo, não à toa, o petista criou um grupo deles para ser brifado e acionado em momentos de crise e colocou muitos no Conselhão.

Apesar de o TSE vedar a contratação de influenciadores para campanhas políticas, seria ingenuidade achar que eles não vão desempenhar um papel importante também nas eleições municipais de 2024.

O Brasil tem cerca de 500 mil influenciadores com mais de 10 mil seguidores —um dos maiores contingentes do mundo (Nielsen). São esses da "cauda longa", que falam com nichos específicos, que devem ter maior impacto. As marcas já trabalham com eles há tempos, e o marketing eleitoral local também encontrará maneiras de explorá-los.

Sem poder contratar e com menos aderência ideológica e mais pulverização, vai restar aos postulantes seduzirem esse grupo, com pautas que despertam suas paixões. Mas, como em nível local há menos escrutínio, os TREs vão precisar ficar de olho.

Além disso, deve se intensificar o que já ocorre: para ter viabilidade eleitoral, candidatos vão ter que manjar de "reels" e afins e passar, eles próprios, a influenciar a política das redes.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas