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O que a Folha pensa partido democrata

Kamala mostra força contra Trump em disputa dura

Vice-presidente democrata exibiu desenvoltura no debate contra republicano; competição é acirrada nos estados-pêndulo

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Donald Trump e Kamala Harris se enfrentam durante debate, na Filadelfia (EUA) - Saul Loeb - 10.set.24/AFP

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Em uma campanha eleitoral extraordinária nos Estados Unidos, em que o desafiante do presidente foi alvo Em uma campanha eleitoral atípica nos Estados Unidos, em que o desafiante do presidente foi alvo de um atentado e o titular da Casa Branca abandonou a candidatura, o debate entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris ganhou aura de decisivo.

Nele, seria provado ou não o bom momento da vice de Joe Biden —que assumiu a campanha após a desistência do chefe na esteira da debacle no primeiro debate entre ele e Trump neste ano. Naquela contenda, ficou evidente a falta de condição cognitiva do mandatário ante o populista que tenta voltar ao poder.

Nesse sentido, Kamala pode celebrar. Seu desempenho na noite de terça (10) foi bastante satisfatório, e ela conseguiu se apresentar melhor ao público —pesquisa NYT/Siena College mostrava que 28% dos eleitores americanos não a conheciam bem.

Mostrou posições coerentes acerca de temas espinhosos e centrais na campanha, como imigração, aborto e o papel dos EUA num mundo em ebulição.

Foi menos feliz ao defender a gestão econômica de Biden, percebida de forma negativa, mas no limite tem a seu favor o fato de que a participação como vice-presidente nas decisões tomadas é irrelevante. Isso dito, há questionamentos sobre sua aparente simpatia por expansionismo orçamentário a assombrá-la.

Mais importante, Kamala mostrou não só credenciais de presidenciável mas também força para bater Trump. A figura que sapateou sobre um aparvalhado Biden no debate de 27 de junho esvaziou-se ante a articulada retórica da nova adversária.

O republicano foi emparedado e recorreu às usuais falsidades para criar efeito narrativo, só para ser confrontado por Kamala e também pelos mediadores, que desta vez chamaram as mentiras pelo nome e as corrigiram.

Desorientado, Trump parecia falar para si mesmo, enquanto a democrata aproveitava o palco para sua exibição.

No entanto, se debates podem ser decisivos para o rumo da campanha, como na implosão de Richard Nixon por John F. Kennedy em 1960 ou no derretimento de Biden, o contexto político atual impede por ora qualquer vaticínio otimista demais para Kamala.

É fato que ela colocou os democratas de volta na disputa. Após o atentado contra Trump, em 13 de julho, o republicano parecia rumar à vitória: apesar do empate com Biden no agregado das principais pesquisas, ele estava à frente nos estados-pêndulo.

Nessas unidades federativas é que o pleito, no qual importam votos no Colégio Eleitoral e não a somatória do sufrágio popular, será decidido. No restante da nação, a extrema polarização cristaliza a divisão histórica entre democratas e republicanos.

Kamala reverteu a situação, empatando com Trump ou o superando nesses campos de batalha. Mas é incerto, a esta altura, se o desempenho no debate ajudará a motivar o contingente indeciso a optar pela democrata.

editoriais@grupofolha.com.br

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