Descrição de chapéu
O que a Folha pensa

Datafolha traz más notícias para Marçal

Candidato do PRTB tem alta rejeição e perderia no 2º turno para Nunes e Boulos, com quem se mantém empatado na liderança

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB), candidados à Prefeitura de São Paulo - Divulgação/Zanone Fraissat e Ronny Santos/Folhapress

A pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (5) teve sabor agridoce para os três candidatos que lideram as intenções de voto na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o influenciador Pablo Marçal (PRTB) repetiram o empate triplo de 15 dias atrás, agora com números ainda mais próximos do que antes: 23%, 22% e 22%, respectivamente.

Para Boulos, a manutenção de um mesmo patamar ao longo de seguidas pesquisas pode ser motivo de otimismo, se o percentual for visto como um piso sólido, ou de preocupação, caso seja considerado um teto muito baixo.

Nunes, por sua vez, viu a consolidação de um concorrente direto pelos eleitores bolsonaristas, mas pode celebrar seu desempenho em um eventual segundo turno. De acordo com a pesquisa, o prefeito venceria, com relativa folga, tanto Marçal (53% a 31%) quanto Boulos (49% a 37%).

Marçal, por fim, estabeleceu-se de vez no pelotão da frente, mas não repetiu a ascensão registrada no levantamento anterior, quando tinha passado de 14% para 21% das preferências. Além disso, caracterizando-se por uma conduta abjeta, o influenciador causa repulsa a cada vez mais gente conforme se torna mais conhecido.

Mais atrás na pesquisa, Tabata Amaral (PSB), com 9%, surge pela primeira vez numericamente à frente de José Luiz Datena (PSDB), que tem 7%. Se a candidatura do apresentador dá poucos sinais de que possa empolgar os paulistanos, a da deputada ainda pode nutrir esperança por ter registrado uma oscilação positiva.

Tudo somado, o quadro pintado pelo Datafolha há duas semanas sofreu pouca alteração —fato digno de nota quando se leva em conta que, nesse período, começou a campanha de rádio e TV.

Ou seja, a propaganda eleitoral, ao menos por ora, não provocou grande novidade. Assim como a participação mais intensa dos principais padrinhos: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado de Boulos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) com Nunes.

Diante desse cenário, é de esperar que Nunes invista na polarização esquerda X direita e se apresente como nome mais forte do que Marçal para enfrentar, no segundo turno, a chapa PSOL-PT. Ao menos em tese, esse discurso tem potencial de atrair bolsonaristas ora entusiasmados com o autointitulado ex-coach.

Marçal, de seu lado, tem bons motivos para fazer do atual prefeito seu principal alvo na disputa. É que, embora ele esteja em desvantagem nos dois cenários de segundo turno, seu desempenho contra Boulos (45% a 39% para o candidato do PSOL) é melhor do que contra Nunes.

Boulos, por fim, também há de querer evitar Nunes no segundo turno —de modo que ninguém se surpreenda se o líder de esquerda fizer uma dobradinha improvável com o influenciador de direita para desidratar o prefeito.

editoriais@grupofolha.com.br

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.