Podcast: as razões para a queda de braço entre Lula e o Banco Central
Tensão de contornos políticos entre governo e autoridade monetária reforça ceticismo do mercado
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As críticas do presidente Lula (PT) ao Banco Central escalaram nos últimos dias. Em discurso nesta segunda-feira (6), o petista classificou como vergonhoso o atual patamar da Selic, mantido em 13,75% na reunião de semana passada do Copom, o Comitê de Política Monetária do BC.
Em tom de provocação, Lula também incitou os empresários a se unirem à ofensiva contra o nível elevado da taxa básica de juros. "Precisa aprender a reclamar, porque quando o Banco Central era dependente de mim, todo mundo reclamava", protestou.
É a primeira vez que Lula lida com um BC autônomo, o que foi garantido por lei em 2021, com mandato de quatro anos para o presidente e a diretoria do banco. A troca de farpas com o atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, tem contornos políticos. Campos Neto foi indicado por Jair Bolsonaro e é figura próxima de aliados do ex-presidente.
Até aqui, a politização do tema tem contribuído para reforçar o ceticismo do mercado com Lula, o que tem piorado as expectativas de inflação e pressionado os juros.
O Café da Manhã desta terça-feira (7) explica o que está por trás das decisões sobre a taxa básica de juros e discute o que significa a autonomia do Banco Central no contexto atual. A editora de economia da Folha, Ana Estela de Sousa Pinto, analisa ainda os impactos desse embate nas promessas do governo.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gustavo Simon e Gabriela Mayer, com produção de Carolina Moraes, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.
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