Sistema de inteligência artificial será usado em eleições futuras, diz professor
Físico chileno aposta na tecnologia como alternativa para melhorar as instituições democráticas
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"Sou só eu, ou há outros aqui também decepcionados com a democracia?" A pergunta veio do físico estatístico chileno César Hidalgo na abertura de sua apresentação no TED, um evento de palestras que aconteceu na semana passada em Vancouver.
O professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) acredita ter uma alternativa para melhorar o sistema democrático, ainda que ele mesmo a considere um tanto "provocativa" e "muito louca" para os dias de hoje, mas natural para os dias de amanhã: e se substituirmos nossos políticos por avatares de nós mesmos?
Avatares são usuários numa plataforma online que aplicaria sistemas avançados de inteligência artificial para aprender nossos gostos políticos e então votar em nosso nome ou nos recomendar votos, desde cargos políticos até projetos de lei.
"Imaginem um mundo no qual, em vez de pessoas que representam você e outras milhares de pessoas, você tivesse um representante só seu, com todas as suas nuances políticas, aquela combinação esquisita de libertário e liberal, conservador neste assunto, progressista em outro", disse Hidalgo, 38, diretor de um grupo de aprendizado coletivo do Media Lab do MIT.
O professor mostrou dados globais sobre presença em processos eleitorais, como a média de 67% no mundo nos últimos 30 anos e 24% na eleição de prefeito de Nova York em 2017. "Não dá para culpar as pessoas porque estamos cansados dos políticos."
Para ele, a vulnerabilidade da democracia está na representatividade e, portanto, para agilizar o sistema seria necessário atacar o representante ou a forma como é escolhido. Com avatares, o Senado de um país poderia ter tantos senadores quanto cidadãos, por exemplo.
"Por muito tempo se pensou que precisávamos de mais comunicação para melhorar a democracia. Mas já vimos que não. O que precisamos é de outras tecnologias para nos ajudar com esta sobrecarga de informações. [...] Democracia tem uma interface muito ruim. Talvez se a melhorarmos, usaríamos mais."
Ele afirmou que a "revolução" precisa começar devagar e humildemente, criando sistemas de votos não oficiais em escolas, bibliotecas e ONGs para levantar todas as questões e problemas possíveis antes de chegar numa solução confiável.
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