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Planalto tenta evitar que prisão de Temer tenha impactos em votações do governo

Desgaste entre Judiciário de Legislativo pode ser agravado e prejudicar reformas

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Brasília

A prisão do ex-presidente Michel Temer não causou surpresa ao entorno do presidente Jair Bolsonaro, mas criou o receio de que, ao ocorrer neste momento, possa impactar na tramitação da reforma previdenciária e do pacote anticrime, considerados prioridades da atual gestão.

Nas palavras de um assessor presidencial, a prisão era uma "questão de tempo", mas não favorece o Palácio do Planalto ao agravar o desgaste na relação entre o Judiciário e o Legislativo, que têm protagonizado uma queda de braço nas últimas semanas.

O temor é que a medida seja interpretada por líderes partidários como um ataque ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que teve o sogro, o ex-ministro da Secretaria-Geral Moreira Franco, também preso pela Polícia Federal.

Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, que já defendeu a atual gestão e compareceu à posse do presidente Jair Bolsonaro, e cumpridos no dia seguinte a um mal-estar público entre Maia e o ministro da Justiça, Sergio Moro, que havia pedido ao deputado federal celeridade na tramitação do pacote anticrime.

A preocupação é também de que iniciativas em retaliação ao Judiciário sejam desengavetadas pelo Legislativo, como os projetos que tratam de abuso de autoridade, ganhando prioridade na pauta de votação em relação a iniciativas de interesse do governo.

A estratégia defendida por auxiliares presidenciais, em caráter reservado, é de que o Palácio do Planalto tente se desvincular completamente do episódio, evitando que a equipe ministerial faça juízo de valor sobre a operação policial e a desassociando da pauta legislativa.

"Eu acho que não [atrapalha a pauta de votações]. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa", disse nesta quinta-feira (21) o presidente interino Hamilton Mourão.

Para um aliado de Bolsonaro, o ideal seria que o presidente fizesse ainda nesta quinta-feira (21) um movimento de aproximação a Maia, evitando que o episódio piore ainda mais a relação do parlamentar com o Executivo. Nos últimos dias, ele vinha criticando a articulação política do Palácio do Planalto. 

Na quarta-feira (20), Maia desqualificou o projeto anticrime apresentado por Moro e disse que o texto é um "copia e cola" de proposta sobre o mesmo tema que foi apresentada no passado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. 

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