Índio é assassinado durante invasão de garimpeiros no Amapá, dizem moradores
Região enfrenta onda de conflitos entre exploradores e comunidades indígenas
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Indígenas da etnia waiãpi denunciaram o assassinato de um líder em meio a uma invasão de garimpeiros, no oeste do Amapá. A Funai (Fundação Nacional do Índio) já está na região, e a Polícia Federal enviou uma equipe para o local.
De acordo com a denúncia à PF, feita com o apoio do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o assassinato de Emyra Waiãpi ocorreu na última quarta-feira (24), durante um ataque à aldeia Mariry. A Folha confirmou essas informações com pessoas da região.
Uma fonte da Funai disse que o corpo do indígena estava com marcas de violência.
Em nota, a fundação disse que tomou conhecimento do fato neste sábado (27) e "acionou as autoridades competentes e seus servidores no local".
"Por ora não há registros de conflito, apesar de ter sido confirmado um óbito, mas não há detalhes das circunstâncias. O local é de difícil acesso", afirmou o órgão.
De acordo com o comunicado, equipes da Funai e da PF "permanecerão no local para garantir a integridade dos indígenas e apuração dos fatos".
Os cerca de 1.300 waiãpis habitam o oeste do Amapá, em área próxima à divisa com o Pará. É a única terra indígena do país com autorização oficial para exploração de ouro, feita de forma artesanal pelos próprios indígenas.
Seria a primeira invasão de garimpeiros no território waiãpi em décadas. O ataque ocorre em meio a promessas do governo Jair Bolsonaro de legalizar a atividade em áreas protegidas.
Em vídeo divulgado em rede social, o cantor Caetano Veloso pediu a intervenção do governo na invasão: “Peço às autoridades brasileiras que, em nome da dignidade do Brasil no mundo, ouçam esse grito [dos waiãpis]”.
Diversas terras indígenas da Amazônia sofrem com invasão de garimpeiros, interessados principalmente em ouro e diamante. Entre as etnias mais atingidas estão os ianomâmis (entre Roraima e Amazonas), mundurucus (Pará), caiapós (Pará) e paiter-suruís (Rondônia).
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