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Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Bolsonaro diz que Doria 'mamou' em governos do PT

Presidente se referia a compra de jatinho com empréstimo do BNDES por empresa do governador de SP

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São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) atacou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e, referindo-se à compra de jatinho a juros subsidiados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), disse que ele “mamou” nos governos do PT. 

O presidente mirou ainda Luciano Huck, que também adquiriu uma aeronave por meio da linha de financiamento do BNDES. Doria e o apresentador são vistos como possíveis rivais de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022.

"João Doria comprou também. Explica isso aí. Só peixe. Amigão do Lula, da Dilma. Eu vejo o Doria falando de vez em quando 'minha bandeira jamais será vermelha'. É brincadeira! Quando estava mamando lá a bandeira era vermelha com um foiçasso e um martelo sem problema nenhum, né?", disse, encerrando com um grito de "ihuuu".

Em live, Bolsonaro diz que governador João Doria 'mamou' nos governos do PT - Reprodução

O BNDES divulgou neste mês uma lista com 134 contratos de financiamento de jatos executivos da Embraer a juros subsidiados, no valor total de R$ 1,9 bilhão. 

A empresa Doria Administração de Bens, do governador paulista, é uma das citadas, com um empréstimo de R$ 44 milhões

Já Huck pegou R$ 17,7 milhões com o BNDES por meio do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos). O empréstimo se deu em 2013 por meio da empresa Brisair, da qual é sócio junto com sua mulher, Angélica Huck.

“Olha a caixa preta do BNDES apareceu. Já apareceu aquela galerinha da compra de aviões com [juros de] 3,5% ao ano. Que teta, hein? O que é isso, Luciano Huck? Eu sou o último capítulo do caos?”, disparou Bolsonaro, referindo-se a expressão semelhante à usada pelo apresentador para criticar a atual administração federal —em palestra no dia 14, Huck disse que "estamos vivendo o último capítulo do que não deu certo".

Não há indícios de ilegalidades nos empréstimos, o que Bolsonaro reconheceu no vídeo.

Com camiseta "Bolsodoria", o então candidato Doria faz campanha em São Paulo - Luiz Claudio Barbosa - 27.out.18/Código19/Agência O Globo

Por meio de nota, o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, descartou haver qualquer problema com as operações da empresa de Doria junto ao BNDES.

"A Embraer vendeu mais de 135 jatos executivos e comerciais para empresas brasileiras e estrangeiras com financiamento do BNDES, gerando empregos e impostos para o Brasil. Nada de errado nisto."

Quando da divulgação da lista, Doria, em postagem nas redes sociais, classificou como “oportunismo” a associação de empréstimo tomado por sua empresa a “algo errado”.​

Já Luciano Huck disse, em texto enviado à coluna da Mônica Bergamo na semana passada, que o empréstimo que fez junto ao BNDES para comprar um avião foi "transparente, pago até o fim, sem atraso".

PONTOS DE DISTANCIAMENTO ENTRE DORIA E BOLSONARO

Corrupção Governador não mantém na equipe membros importantes com acusações de irregularidades, mesmo sem provas. Caíram assim Gilberto Kassab (Casa Civil), antes de assumir, e Aloysio Nunes (InvestSP). Enquanto isso, o ministro do Turismo, implicado no laranjal do PSL, segue no cargo

GP Brasil O presidente faz campanha aberta para tirar o GP Brasil de Fórmula-1 de São Paulo para o Rio, embora haja impedimentos técnicos. Doria rejeita a ideia e diz que vai brigar para que a prova siga em Interlagos

Ditadura Bolsonaro sugeriu que o pai do presidente da OAB não desapareceu na ditadura, e sim foi morto por colegas de luta armada. Ele o fez sem provas e sofreu críticas. Já Doria reagiu e criticou o presidente, até porque teve o pai cassado pelo regime de 1964

Moro Desde que Sergio Moro entrou na linha de tiro pelo caso The Intercept, Doria vem distribuindo afagos ao ex-juiz. Já Bolsonaro tem subido a temperatura da fritura do seu ministro, a ponto de aliados do governador defenderem convidá-lo para integrar seu governo.

Nepotismo O tucano disse que não nomearia parente para cargo público, ao comentar a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para ocupar a embaixada do Brasil em Washington

Extremismo Em entrevista na China, Doria defendeu a moderação e o centrismo na política como um desejo da sociedade, e disse esperar que Bolsonaro retomasse o caminho do diálogo após uma série de declarações e acenos à fatia mais radical de sua base eleitoral

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