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Luís Francisco Carvalho Filho

Chegou o momento para o impeachment de Bolsonaro

Fatos revelados por Sergio Moro tecnicamente justificam o afastamento do presidente

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Luís Francisco Carvalho Filho

Bolsonaro não pode mais permanecer no poder. É o mais repugnante chefe de Estado que o Brasil já teve. Pratica crimes em cascata e destrói a imagem e a autoestima do país.

Não faltam motivos para o impeachment. Sergio Moro, depois de se manter em constrangedora atitude de silêncio em relação aos atos suspeitos do presidente da República, sentindo na própria pele a virulência da ação palaciana, decidiu revelar a existência de dois fatos que, tecnicamente, justificam o afastamento.

Em primeiro lugar, há a iniciativa bizarra de falsificar ideologicamente o decreto de exoneração do diretor da Polícia Federal, publicado no Diário Oficial, inserindo no texto duas informações relevantes: a assinatura de Moro e o suposto “pedido” do delegado para deixar o cargo.

O segundo fato é muito mais grave. Sergio Moro afirma que o presidente quer um diretor da Polícia Federal que seja seu amigo e possa lhe transmitir informações e relatórios de inteligência.

Há indícios veementes de que Jair Bolsonaro e seus filhos, usurpadores dos poderes adquiridos nas urnas pelo pai, estão envolvidos em picaretagens funcionais e na propagação, na internet, de movimentos contrários às instituições brasileiras.

A quadrilha conspira, dia após dia (contando sempre, pelo menos até agora, com a lamentável omissão de Sergio Moro), contra a Constituição, a democracia, a separação dos Poderes e a liberdade jornalística. Bolsonaro e seus filhos querem interferir em investigações criminais.

Apesar de isolado politicamente, Bolsonaro se beneficia do isolamento social, necessário para o combate do coronavírus, para criar o caos. A quem se opõe aos seus desmandos, resta só o panelaço.

Nem o chamado mercado, que adora instabilidades, aguenta mais o errático e temerário ocupante da Presidência da República.

Sobra, apenas, o apoio dos militares que soube atrair para a campanha eleitoral e para o gabinete presidencial. Mas, paradoxalmente, Jair Bolsonaro é o protótipo do mau soldado. Não representa as Forças Armadas: ignorante, mentiroso, pilantra e apologista da tortura e das milícias, foi expulso do Exército por mau comportamento.

O processo de impeachment é longo e doloroso, porém necessário. Chegou o momento. O processo pode ser conduzido virtualmente pela Câmara dos Deputados, com prazos e procedimentos mais céleres, sem espaço para chicanas.

Se Jair Bolsonaro tivesse um mínimo de grandeza moral renunciaria pelo bem do Brasil. A economia está em frangalhos e o governo não sabe o que fazer. A pandemia ameaça a vida da população brasileira e o governo não sabe o que fazer.

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