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Meirelles é dúvida na reforma do secretariado de SP após saída de Doria

Chefe da Fazenda diz que será candidato ao Senado, mas aliados do governador têm dúvidas

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São Paulo

No dia 7 passado, o governador João Doria (PSDB-SP) aproveitou sua reunião de secretariado para passar um recado.

Todos os presentes que pretendem disputar a eleição de outubro deverão trazer seus números 2 para os próximos encontros, preparando a transição para a saída do tucano para a disputa presidencial.

Nada fora da normalidade, comentaram depois os presentes, exceto pela dúvida principal: e Henrique Meirelles, irá levar ao encontro Tomás de Paula, seu secretário-executivo na Fazenda?

Meirelles, Doria e Rodrigo Garcia durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes - 8.jan.2019/Governo do Estado de São Paulo

O próprio ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer (MDB) e longevo presidente do Banco Central nos oito anos sob Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu à reportagem. "Eu mantenho meu plano de ser candidato ao Senado por Goiás", disse.

Hoje, ninguém no Palácio dos Bandeirantes crê nessa hipótese. É trabalhado ali o cenário de que Meirelles continuará ajudando Rodrigo Garcia (PSDB), o vice que assumirá o governo quando Doria deixar o posto para ser candidato a presidente, em 31 de maio.

Alguns até especulam algo mais, que Meirelles poderia ser um candidato a vice de Garcia. "Eu fico honrado com tais citações", desconversa o secretário.

Contra tal ideia está o fato de que Meirelles é do PSD, a sigla comandada por Gilberto Kassab que procura espaço próprio neste 2022, para reforçar sua condição de terceira ou quarta maior força política do país

O secretário vive uma situação inusitada. Kassab afastou-se de Doria após ficado licenciado por quase dois anos da Casa Civil do tucano, que nunca chegou a assumir, devido a uma investigação ora sem efeitos de suposta corrupção passiva.

Ele deixou o cargo oficialmente só em 2020. No ano seguinte, tirou Meirelles do MDB com a promessa de que ele poderia se candidatar ao Senado em Goiás, que cumpre até hoje.

Além de estar filiado a uma sigla que quer ter candidatura própria ao Planalto, ou seja, contra Doria, Meirelles ainda ocupa o posto informal de porta-voz do comitê econômico da campanha do tucano. Ele está junto das economistas Ana Paula Abrão, Zeina Latif e Vanessa Rahal.

Para Kassab, fiel à sua maleabilidade política, isso não é óbice. O cacique diz em público que considera natural que Doria se aconselhe com um nome da experiência de Meirelles, e não vê problemas para a candidatura do ex-ministro.

Mas as dúvidas no entorno de Doria começam em uma questão mais simples: teria o ex-ministro vontade e energia de enfrentar uma campanha ainda incerta.

Apesar de levantamentos internos lhe darem vantagem quando o tucano Marconi Perillo não está no páreo, além da eventual presença do ex-governador haverá a competição do mais estridente deputado Delegado Waldir (União Brasil).

Em São Paulo, Meirelles tem uma posição confortável. Além de comandar uma recuperação do poder de investimento do estado que deu à dupla Garcia-Doria o valor mágico de R$ 50 bilhões para investimentos no biênio 2021-22, ele é tratado com especial deferência no governo.

Enquanto isso, o hoje vice se prepara para assumir o governo com uma equipe herdada de Doria. Não haveria de ser diferente: mudanças de fato só serão vistas, salvo entrechoques, se Garcia vencer as eleições.

No atual secretariado de 26 nomes de Doria, alguns são dados como certos como candidatos a deputado federal: Rossieli Soares (Educação), Itamar Borges (Agricultura), Sérgio Sá Leitão (Cultura), Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional) e Célia Leão (Direitos das Pessoas com Deficiência).

Vinholi, contudo, afirma que sua prioridade agora é trabalhar pela dupla Garcia-Doria como presidente do PSDB estadual.

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