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Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Pastor da campanha de Lula diz que suspeito por ação no MEC é seu mentor

Paulo Marcelo culpa bolsonarismo que 'não separa igreja e Estado' por conduta de Gilmar Santos

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São Paulo

O pastor Gilmar Santos tem a estima do colega Paulo Marcelo Schallenberger, nome apontado pelo PT para dialogar com o segmento evangélico.

Pastor incumbido de criar uma ponte entre a campanha de Lula e as igrejas, ele chama Santos de "mentor" e "professor". "É um homem muito bom, muito sério, não tenho o que falar da vida dele, não conheço uma má índole", afirma à Folha.

Líder da igreja Ministério Cristo para Todos, de Goiânia (GO), Gilmar Santos é acusado de fazer lobby no MEC (Ministério da Educação), atuando para a liberação de recursos federais para municípios mesmo não tendo cargos no governo Jair Bolsonaro (PL).

Pastor Paulo Marcelo, aliado ao PT - Eduardo Knapp - 8.fev.22/Folhapress

Em áudio obtido pela Folha, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirma que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores — Gilmar Santos e Arilton Moura— e que isso atende a uma solicitação de Bolsonaro.

Paulo Marcelo conversou com a reportagem após enviar para contatos no WhatsApp um vídeo de 2005 em que Santos prega no congresso Gideões Missionários da Última Hora, uma vitrine gospel para líderes pentecostais do Brasil.

À sua frente, além do evangélico hoje associado ao PT, estão outros dois pastores: o hoje deputado Marco Feliciano (Republicanos-SP) e Benhour Lopes. "Deus deu uma oportunidade para os senhores, Deus os chamou", diz Santos no altar, olhando para o trio. "Deus não chamou a mim e nem a nenhum dos senhores e a outros para sermos galãzinhos e bonitos. Se fosse pra ser bonito, eu já fui mais engraçadinho quando mais novo."

Em seguida, o pastor afirma que Deus os convocou "para abalarmos o inferno, para sacudir o inferno e ganhar almas".

Segundo Paulo Marcelo, o "mentor sempre foi afeito ao universo político. Em suas redes sociais, é possível vê-lo posando ao lado de expoentes de peso desse meio —como numa foto em que é recebido pelo ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), acompanhado do deputado João Campos (Republicanos-GO), ex-presidente da bancada evangélica. Ele também está em retratos com Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão (Republicanos-RS).

Paulo Marcelo, contudo, diz não aprovar o comportamento de Santos no MEC. "Isso tudo é efeito do bolsonarismo, da igreja querer ser Estado, né? Igreja é igreja, Estado é Estado. Enquanto continuar isso aí, vai ser daí para pior."

Procurado pela reportagem, Feliciano afirmou que só comentaria a gravação após a Frente Parlamentar Evangélica se pronunciar sobre o escândalo no MEC. No mesmo momento, o presidente do bloco, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), conversava com jornalistas no Congresso.

Mais tarde, no Twitter, Feliciano disse que o governo não se abalou, mas que os evangélicos sofreram "um golpe quase mortal.

"Admiro o presidente Jair Bolsonaro por manter Milton Ribeiro e por não se importar com o que a imprensa diz. Resumo: o governo não se abalou, os bolsonaristas sofreram apenas um pequeno arranhão, mas nós evangélicos sofremos um golpe quase mortal às vésperas de uma eleição que será muito difícil", escreveu.

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