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Bolsonaro escolhe posto da Lava Jato para fazer propaganda de queda dos combustíveis

O presidente não quis responder por que escolheu o local que se tornou símbolo da operação que deu fama a Sergio Moro, seu inimigo político

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Brasília

Às vésperas do início da campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao posto que deu origem à operação Lava Jato na manhã desta sexta-feira (22) para fazer propaganda da queda do preço dos combustíveis.

O chefe do Executivo está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, 19 pontos atrás do ex-presidente Lula (PT), e aposta na redução do valor da gasolina e do etanol para melhorar a imagem do governo e vencer o pleito deste ano.

O presidente Jair Bolsonaro dá entrevista durante visita a posto que deu nome à operação Lava Jato - Reprodução/Jair Bolsonaro no Facebook

A queda nos preços ocorreu devido à aprovação de uma proposta no Congresso que limitou a 17% a alíquota de ICMS que os estados podem cobrar em cima desses produtos.

O Palácio do Planalto apoiou o projeto e, agora, Bolsonaro tenta usar o tema para se recuperar nas pesquisas. O Executivo também acredita que a diminuição nos preços dos combustíveis ajudará a derrubar a inflação, que tem corroído o poder de compra dos brasileiros e prejudicado os índices de popularidade do mandatário.

O chefe do Executivo estava acompanhado do ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida, e não respondeu por que escolheu o local que se tornou símbolo da operação para comemorar a redução do valor da gasolina.

O Posto da Torre fica no centro de Brasília e sedia também uma casa de câmbio em que foram cumpridos os primeiros mandados de busca e apreensão da Lava Jato.

Equipe da Polícia Federal faz batida em casa de câmbio que funcionava em posto de gasolina e motivou a operação Lava Jato em 2014 - Beto Barata - 17.mar.14/Folhapress

A operação que levou à prisão alguns dos políticos e empreiteiros mais conhecidos do país teve como responsável o então juiz Sergio Moro.

As investigações tornaram o ex-magistrado famoso e identificado com movimentos antipetistas, partido que governava o país à época e foi atingido pela operação.

Após a vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018 contra o PT, Moro foi convidado pelo presidente eleito a assumir o Ministério da Justiça e aceitou o convite.

Um ano e quatro meses depois, no entanto, Moro pediu demissão do Executivo sob alegação de que o mandatário queria interferir no trabalho da Polícia Federal, corporação que fica no guarda-chuva da pasta que chefiava.

Desde então, ambos viraram inimigos políticos. E foi justamente no posto que deu origem à operação que tornou Moro famoso o local escolhido por Bolsonaro para fazer propaganda da queda nos preços dos combustíveis.

A redução nos valores ocorreu graças à medida aprovada pelo Legislativo que limitou a 17% a alíquota de ICMS que os estados podem cobrar em cima desses produtos.

Algumas unidades da federação cobravam 30% do imposto e a limitação imposta pelo Legislativo levou à queda dos preços para o consumidor final.

​Apesar de não ter respondido por que escolheu o Posto da Torre para comemorar a queda nos preços, o presidente deu entrevista à imprensa e falou sobre o novo corte no orçamento que deve ser feito pelo Executivo e que pode chegar a R$ 8 bilhões.

A previsão do presidente é superior à expectativa inicial de membros do Ministério da Economia, que falavam em R$ 5 bilhões. O governo precisa contingenciar recursos do Orçamento de 2022 para não descumprir a regra constitucional do teto de gastos.

"É duro trabalhar com um orçamento desse, engessado. Temos esse corte extra chegue a quase R$ 8 bilhões", disse Bolsonaro a jornalistas na manhã desta sexta.

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